Anomis impasta (Guenée) é uma espécie que apresenta morfologia e comportamento muito similar ao curuquerê-do-algodoeiro, Alabama argillacea (Hübner). Durante duas safras de algodão, foi monitorada a alimentação de A. impasta em folhas e brácteas da cultura. Assim, este estudo foi conduzido para gerar informações biológicas sobre a espécie. As larvas foram criadas em folhas de algodão e botões florais (brácteas + botão floral), partes em que as lagartas foram comumente encontradas em campo. Larvas criadas com botão floral apresentaram maior período larval (18,5 ± 0,18 dias) e menor peso pupal (140,8 ± 2,26 mg) em comparação às larvas criadas apenas com folhas (14,0 ± 0,07 dias e 169,3 ± 2,06 mg). Assim, uma geração de A. impasta foi obtida alimentando-se as larvas com folhas de algodão. A média (variação) de duração para a fase de ovo, larva e pupa foi de 3,0 (3 a 4), 14,8 (14 a 18) e 9,7 (7 a 14) dias, respectivamente. A viabilidade para ovos, larva e pupa foi de 43,7; 98,3 e 94,7%, respectivamente. As fêmeas viveram em média 25,2 dias (15 a 37) e produziram 869 ovos (4 a 1866). O desenvolvimento e reprodução de A. impasta em algodoeiro, em especial quando as lagartas desenvolvem-se sobre folhas, fornecem indícios do seu potencial em atingir condição de praga na cultura. A semelhança com a espécie A. argillacea, como apresentado neste estudo, pode ser uma das razões de sua baixa constatação de A. impasta em campo. Portanto, acredita-se que as informações geradas com este estudo auxiliem pesquisadores e produtores na identificação dessas duas espécies desfolhadoras do algodoeiro.
Anomis impasta (Guenée) is a species that shows remarkable morphological and behavioral similarities with the cotton leafworm Alabama argillacea (Hübner). During two growing cotton seasons, A. impasta was observed feeding on leaves and flower bracts of cotton and monitored. Furthermore, a study was conducted under laboratory conditions to generate biological information about this species with larvae feeding cotton squares and leaves. Larvae fed on cotton squares exhibited delayed development (18.5 ± 0.18 days) and lower pupal weight (140.8 ± 2.26 mg) compared to larvae fed on cotton leaves (14.0 ± 0.07 days and 169.3 ± 2.06 mg). Thus, one generation cycle of A. impasta was obtained by feeding the larvae with cotton leaves. The mean (minimum-maximum) values for the duration of eggs, larvae and pupae were: 3.0 (3-4), 14.8 (14-18), and 9.7 (7-14) days, respectively. The viability of the eggs, larvae, and pupae were 43.7, 98.3, and 94.7%, respectively. Females lived on average 25.2 days (ranging from 15 to 37 days) and produced 869 eggs (from 4 to 1,866 eggs). The successful development and reproduction of A. impasta on cotton, especially, on the cotton leaves, suggest the potential of this species to reach a pest status in cotton. The similarities with A. argillacea, as discussed in this study, can be one of the reasons for low reference to A. impasta in the field. Therefore, the information provided here will allow researchers and growers to distinguish these two cotton defoliators.
