Este estudo transversal foi realizado por meio de entrevistas com 1000 idosos atendidos em uma Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) do Sistema Único de Saúde (SUS) no município de Ribeirão Preto. Analisou-se o perfil clínico, socioeconômico e farmacoepidemiológico a fim de identificar os fatores associados à polifarmácia nessa população. Utilizou-se um modelo binomial negativo truncado para análise da associação da polifarmácia com as variáveis independentes do estudo. O software SAS foi utilizado para a análise estatística. O nível de significância adotado foi de 0,05. Os fármacos com maior prevalência de uso foram do sistema cardiovascular (83,4%). Observou-se média de, aproximadamente, sete fármacos por paciente e 47,9% dos entrevistados usavam >7 fármacos. As variáveis que apresentaram associação com a polifarmácia (p< 0,01) foram: mulheres, idade (>75 anos), automedicação, quantidade de problemas de saúde, número de consultas médicas, uso de medicamentos isentos de prescrição médica, uso de psicotrópicos, não realização de exercícios físicos e uso de adoçante. A exposição a todos esses fatores justifica a alta prevalência de polifarmácia entre os entrevistados. Os resultados mostraram a necessidade de adotar medidas de intervenção clínica e educacional e gerencial para analisar e promover a racionalização do uso de fármacos entre os idosos usuários do SUS.
This cross-sectional study was carried out with 1000 elderly outpatients assisted by a Basic Health District Unit (UBDS) from the Brazilian Public Health System (SUS) in the municipality of Ribeirão Preto. We analyzed the clinical, socioeconomic and pharmacoepidemiological profile of the elderly patients in order to identify factors associated with polypharmacy amongst this population. We used a truncated negative binomial model to examine the association of polypharmacy with the independent variables of the study. The software SAS was used for the statistical analysis and the significance level adopted was 0.05. The most prevalent drugs were those for the cardiovascular system (83.4%). There was a mean use of seven drugs per patient and 47.9% of the interviewees used >7 drugs. The variables that showed association with polypharmacy (P value < 0.01) were female gender, age >75 years, self-medication, number of health problems, number of medical appointments, presence of adverse drug events, use of over-the-counter drugs, use of psychotropic drugs, lack of physical exercise and use of sweeteners. The exposition to all these factors justified the high prevalence of polypharmacy amongst the interviewees. These results showed the need to adopt clinical intervention and educational and managerial measures to analyze and promote rationality in the use of drugs amongst the elderly users of SUS.