Com o objetivo de analisar as concentrações plasmáticas de SHBG, dos esteróides sexuais, perfil glicídico, lipídico e suas relações com variáveis clínicas, demográficas e medidas antropométricas, estudamos um grupo de 80 mulheres na pós-menopausa, 40 com diabetes mellitus (DM) tipo 2, com idade de 64,9±7,1 anos e duração conhecida do diabetes de 13,4±1,4 anos e 40 não diabéticas com idade de ól±8,9 anos. Foram analisados: idade, índice de massa corporal (IMC), relação cintura-quadril (RCQ), cintura, pressão arterial sistólica (PAs) e diastólica (PAd). As mulheres diabéticas apresentaram maior freqüência de distribuição andróide de gordura (75% vs. 50%, p= 0,03), maior PAs (p= 0,01), maior testosterona total (p= 0,003), índice de testosterona livre (p= 0,002) e índice de resistência insulínica (IRI) (p= 0,000) do que as mulheres não diabéticas. As não diabéticas com distribuição andróide de gordura apresentaram menores níveis de SHBG do que aquelas com distribuição ginecóide (p= 0,008). No grupo com IMC > ou = 30kg/m2 e no grupo com cintura > ou = 88cm, as mulheres diabéticas apresentaram maior testosterona total e índice de testosterona livre do que as mulheres não diabéticas. As não diabéticas com distribuição andróide de gordura apresentaram maior índice de testosterona livre do que aquelas com distribuição ginecóide (p= 0,01). As diabéticas com distribuição andróide apresentaram maiores níveis de estradiol do que aquelas com distribuição ginecóide (p= 0,02). Em conclusão, mulheres diabéticas apresentaram maior freqüência de distribuição abdominal de gordura, estando associada à maiores concentrações de testosterona total, índice de testosterona livre e estradiol e menores concentrações de SHBG. Estes dados sugerem que o hiperandrogenismo com diminuição de SHBG, possam ser indicadores da síndrome de resistência insulínica, e poderiam, de alguma forma, agravar o grau de resistência nestes pacientes.
In order to investigate the relationship between plasma leveis of SHBG, sex steroids and glucose metabolism, lipid profile, anthropometric measurements, clinical and demographic variables, we studied a group of 80 post-menopausal women, 40 with type 2 diabetes (DM2) aged 64.9±7.1 and with known DM duration of 13.4± 1.4 years and 40 non-diabetic aged 61 ±8.9. We analyzed: age, body mass index (BMI), waist to hip ratio (WHR), waist, systolic (sBP) and diastolic blood pressure (dBP). Diabetic women had higher frequency of android adiposity (75% vs. 50%, p= 0.03), higher sBP (p= 0.01), higher total testosterone (p= 0.003), free testosterone index (p= 0.02) and insulin resistance index (IRI) (p= 0.000) than non-diabetic women. Non-diabetics with android adiposity had lower levels of SHBG than those with ginecoid adiposity (p= 0.008). In the group with BMI > or = 30kg/m2 and in the group with waist > or = 88cm diabetic women had higher total testosterone and free testosterone index than non-diabetic women. Non-diabetics with android adiposity had higher free testosterone index than those with ginecoid adiposity (p= 0.01). Diabetic women with android adiposity had higher estradiol than those with ginecoid adiposity (p= 0.02). In conclusion, diabetic women had higher frequency of android adiposity, associated with high total testosterone, free testosterone index and estradiol and low levels of SHBG. These results suggest that hyperandrogenism with low SHBG could be indicators of the insulin resistance syndrome, and could somehow increase the insulin resistance in these subjects.