JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Técnicas de anestesia venosa, inalatória ou combinadas têm sido utilizadas para colecistectomias por videolaparoscopia. O objetivo deste estudo foi comparar o emprego de remifentanil associado ao propofol ou sevoflurano em relação aos parâmetros hemodinâmicos, a recuperação da anestesia e aos efeitos colaterais. MÉTODO: Foram estudados 40 pacientes, divididos em 2 grupos: Grupo 1 (G1) - Indução com propofol em concentração plasmática alvo-controlada de 3 µg.ml-1 e remifentanil na dose de 0,3 µg.kg-1.min-1 em bomba de infusão. Atracúrio (0,5 mg.kg-1) foi administrado para a intubação traqueal. A anestesia foi mantida com propofol em infusão alvo-controlada de 2,5 a 3 µg.ml-1 e oxigênio a 100%, e remifentanil em infusão contínua (0,3 µg.kg-1.min-1). Grupo 2 (G2) - Indução com sevoflurano na concentração de 6% e oxigênio a 100% com fluxo de 4 L.min-1 e remifentanil na dose de 0,3 µg.kg-1.min-1, em bomba de infusão. Após a perda da consciência, a concentração de sevoflurano foi reduzida para 2% com fluxo de oxigênio de 2 L.min-1; da mesma forma que o G1, foi administrado atracúrio na dose de 0,5 mg.kg-1. A infusão de remifentanil foi mantida durante toda a cirurgia na dose de 0,3 µg.kg-1.min-1. A média da freqüência cardíaca (FC), e das pressões arteriais sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM) foram medidas nos seguintes momentos: M1, antes da indução anestésica; M2, 1 minuto antes da IOT; M3, 1 minuto após IOT; M4, 5 minutos após IOT; M5, 5 minutos após a incisão cirúrgica; M6 e M7,10 e 30 minutos, respectivamente, após o pneumoperitônio. Após o término do procedimento foram analisados os tempos, em minutos, para abertura ocular, ventilação espontânea, extubação, fala do nome completo e o apertar de mão do anestesiologista, sob comando. Também foram estudadas a freqüência do uso de atropina e efedrina e a ocorrência de náuseas, vômitos e dor. RESULTADOS: As alterações hemodinâmicas (PAS, PAD, PAM e FC) e o despertar dos pacientes não tiveram diferenças significativas entre os grupos. O uso de efedrina e atropina foram semelhantes. Entre as complicações somente os vômitos tiveram maior incidência no Grupo 2. CONCLUSÕES: Ambas as técnicas promoveram diminuição da pressão arterial e da freqüência cardíaca. A recuperação anestésica é semelhante para as duas técnicas. A incidência de vômitos é maior quando o remifentanil foi associado ao sevoflurano.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Different intravenous, inhalational or combined anesthetic techniques have been used for videolaparoscopic cholecystectomy. This study aimed at comparing hemodynamic parameters, anesthetic recovery and side-effects of remifentanil associated to propofol or sevoflurane. METHODS: Participated in this study 40 patients, who were divided in two groups: Group 1 (G1) - induced with 3 µg.ml-1 propofol and a 0.3 µg.kg-1.min-1 remifentanil infusion. Atracurium (0.5 mg.kg-1) was administered for tracheal intubation. Anesthesia was maintained with 2.5 to 3 µg.ml-1 propofol in target controlled infusion and 100% oxygen, and remifentanil by continuous infusion (0.3 µg.kg-1.min-1); Group 2 (G2) - induced with 6% sevoflurane and 100% oxygen at a 4 L.min-1 flow and a 0.3 µg.kg-1.min-1 remifentanil infusion. After loss of consciousness, sevoflurane concentration was decreased to 2% with a 2 L.min-1 oxygen flow. Similarly to G1, 0.5 mg.kg-1 atracurium was administered. A 0.3 µg.kg-1.min-1 remifentanil infusion was maintained throughout the surgery. Mean heart rate (HR) and systolic (SBP) and diastolic (DBP) blood pressure were measured in the following moments: M1, before anesthetic induction; M2, 1 minute before TI; M3, 1 minute after TI; M4, 5 minutes after TI; M5, 5 minutes after incision; M6 and M7, 10 and 30 minutes after pneumoperitoneum, respectively. After surgery, the time for eye opening, spontaneous ventilation, extubation, saying the complete name and anesthesiologist’s hand shaking under verbal command were measured in minutes: Atropine and ephedrine requirements, incidence of nausea, vomiting and pain were also evaluated. RESULTS: Hemodynamic changes (SBP, DBP, MBP and HR) and patients’ emergence time were not significantly different between groups. There were similar ephedrine and atropine requirements. Among complications only vomiting was higher incidence in group 2. CONCLUSIONS: Both techniques decrease blood pressure and heart rate. Anesthetic recovery was similar for both techniques. A higher incidence of vomiting was observed when remifentanil was associated to sevoflurane.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Técnicas de anestesia venosa, inhalatoria o combinadas han sido utilizadas para colecistectomias por videolaparoscopia. El objetivo de este estudio fue comparar la utilización de remifentanil asociado al propofol o sevoflurano con relación a los parámetros hemodinámicos, la recuperación de la anestesia y a los efectos colaterales. MÉTODO: Fueron estudiados 40 pacientes, divididos en 2 grupos: Grupo 1 (G1) - Inducción con propofol en concen:tración plasmática alvo-controlada de 3 µg.ml-1 y remifentanil en la dosis de 0,3 µg.kg-¹.min-¹ en bomba de infusión. Atracúrio (0,5 mg.kg-1) fue administrado para la intubación traqueal. La anestesia fue mantenida con propofol en infusión alvo-controlada de 2,5 a 3 µg.ml-1 y oxígeno a 100%, y remifentanil en infusión continua (0,3 µg.kg-1.min-1). Grupo 2 (G2) - Inducción con sevoflurano en la concentración de 6% y oxígeno a 100% con flujo de 4 L.min-1 y remifentanil en la dosis de 0,3 µg.kg-1.min-1, en bomba de infusión. Después de la perdida de la consciencia, la concentración de sevoflurano fue reducida para 2% con flujo de oxígeno de 2 L.min-1; de la misma forma que el G1, fue administrado atracúrio en la dosis de 0,5 mg.kg-1. La infusión de remifentanil fue mantenida durante toda la cirugía en la dosis de 0,3 µg.kg-1.min-1. La media de la frecuencia cardíaca (FC), y de las presiones arteriales sistólicas (PAS), diastólica (PAD) y media (PAM) fueron medidas en los siguientes momentos: M1, antes de la inducción anestésica; M2, 1 minuto antes de la IOT; M3, 1 minuto después IOT; M4, 5 minutos después IOT; M5, 5 minutos después de la incisión quirúrgica; M6 y M7,10 y 30 minutos, respectivamente, después el pneumoperitonio. Después del término del procedimiento fueron analizados los tiempos, en minutos, para abertura ocular, ventilación espontanea, extubación, hablar el nombre completo y el aprieto de la mano del anestesiologista, sobre comando. También fueron estudiada la frecuencia del uso de atropina y efedrina y la ocurrencia de náuseas, vómitos y dolor. RESULTADOS: Las alteraciones hemodinámicas (PAS, PAD, PAM y FC) y el despertar de los pacientes no tuvieron diferencias significativas entre los grupos. El uso de efedrina y atropina fueron semejantes. Entre las complicaciones solamente los vómitos tuvieron mayor incidencia en el Grupo 2. CONCLUSIONES: Ambas técnicas promovieron diminución de la presión arterial y de la frecuencia cardíaca. La recuperación anestésica es semejante para las dos técnicas. La incidencia de vómitos es mayor cuando el remifentanil fue asociado al sevoflurano.