OBJETIVO: Avaliar a freqüência de pacientes com ansiedade ou medo do tratamento odontológico em um setor de urgência. MÉTODOS: Participaram do estudo 252 pacientes, com 18 anos ou mais, que compareceram ao setor de urgência de uma faculdade de odontologia, de São Paulo, SP, entre agosto e novembro de 2001. Para avaliar a ansiedade, foram utilizadas a Modified Dental Anxiety Scale (MDAS), e a Escala de Medo de Gatchel. O grupo estudado respondeu a questões sobre: tempo decorrido desde a última visita ao dentista e desde o início dos sintomas, escolaridade, renda familiar e história prévia de trauma. Os resultados foram analisados pelos testes estatísticos (chi2 e Teste Exato de Fisher). RESULTADOS: Foram identificados 28,2% de indivíduos com algum grau de ansiedade, segundo a MDAS, na qual as mulheres foram consideradas mais ansiosas que os homens (chi2=0,01); e 14,3% de pacientes com alto grau de medo segundo a Escala de Medo de Gatchel. Em 44,4% da amostra a demora para procura de alívio dos sintomas foi > sete dias. Mulheres ansiosas procuraram atendimento mais rapidamente e em maior número. Experiência traumática anterior ocorreu em 46,5% dos pacientes ansiosos. Não foi possível relacionar escolaridade e renda familiar com ansiedade e/ou medo. CONCLUSÕES: Pacientes ansiosos, com destaque para as mulheres, são freqüentes no atendimento odontológico de urgência. Experiência prévia traumática mostrou-se importante para o desenvolvimento da ansiedade em relação ao atendimento odontológico.
OBJECTIVE: The purpose of the study was to assess the frequency of dental anxiety and/or fear among patients in an emergency dental service. METHODS: Research was based on interviews with 252 patients, aged 18 years old and over, attended at an emergency dentistry service of São Paulo, Brazil, from August to November, 2001. Two methods were used to measure dental anxiety: the Modified Dental Anxiety Scale (MDAS) and the Gatchel Fear Scale. The study group answered questions concerning major complaint, how much time had elapsed since their last visit to the dentist and since the initial symptoms leading to the current visit to the emergency service, level of education, family income and previous traumas. Statistical analysis (chi2 and Fisher exact test) was performed to evaluate these characteristics. RESULTS: It was found that 28.17% of this sample was dentally anxious, according to the MDAS, and 14.29%, felt fear related to dental treatment according to the Gatchel Fear Scale. Women were more anxious than men at a statistically significant rate (MDAS). The time elapsed since the onset of initial symptoms was more than 7 days for 44.44% of the participants. A large proportion of anxious women returned to treatment during the last year. A previous traumatic experience with dental was identified in 46.48% of the dentally anxious patients. No significant relation between level of education or income and dental anxiety was found. CONCLUSIONS: Dentally anxious patients frequent attend emergency care. Females are more likely to report high dental anxiety than males. Previous experience seems to be an important factor contributing to avoidance of dental care.