Nos últimos anos, o interesse por Hypericum perforatum tem aumentado devido à sua ação antiviral, antidepressiva e moduladora de apoptose em células neoplásicas. O preparo do material vegetal, após ser colhido, envolve freqüentemente a dessecação ou o congelamento e posterior armazenamento, processos que podem alterar o perfil dos metabólitos secundários. Neste sentido, este trabalho avaliou o efeito da secagem, do congelamento e da estocagem sob baixas temperaturas na quantidade de flavonóides e de hipericina nas partes vegetativas de plantas de hipérico. Ramos de hipérico foram submetidos à secagem a 25, 30, 50 e 70 °C, congelados em nitrogênio líquido ou congelados e armazenados a -20 °C por 10, 20 e 30 dias. A quantificação dos flavonóides e de hipericina foi realizada por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Os teores de flavonóides e de hipericina foram afetados pela temperatura de secagem. Secagem a 25 °C causou redução nos teores de grande parte dos metabólitos analisados, enquanto a 50 °C, os teores de rutina livre e glicosilada, de quercetina e quercitrina glicosiladas e de hipericina foram preservados. Apigenina livre e canferol não sofreram reduções significativas nas suas concentrações, independente das temperaturas de secagem. O tratamento de congelamento e imediata análise das amostras não alterou o perfil dos flavonóides, mas causou redução do nível de hipericina nas plantas de hipérico.
In recent years, interest in Hypericum perforatum has increased due to its antiviral, antidepressive and apoptosis-inducing properties. Plant material preparation after harvesting often includes dehydration or freezing and further storage, and these procedures can lead to variations in the secondary metabolite profile. In this study the effects of drying, freezing and storage at -20 ºC on flavonoid and hypericin content in H. perforatum were evaluated. Leaves and stems of H. perforatum were dried at 25, 30, 50 and 70 ºC, frozen in liquid nitrogen or frozen and then stored at -20 ºC for 10, 20 and 30 days. Flavonoid and hypericin quantification was performed by High Performance Liquid Chromatography (HPLC). Levels of both flavonoids and hypericin were affected by drying temperature. Drying at 25 ºC resulted in lower levels of most of the metabolites analyzed while at 50 ºC, levels of free and conjugated rutin, conjugated quercetin and quercitrin as well as hypericin content were maintained when compared to fresh samples. Free apigenin and kaempferol did not show any significant variation, regardless of drying temperature. Freezing did not affect the profile of flavonoids, but it led to significant reduction in hypericin content.