Resumo O paradigma psicossocial no campo das drogas traz foco ao sujeito em sofrimento na relação com sua realidade social e valoriza a singularidade de usuários e profissionais para o desenvolvimento da atenção em saúde. O conceito que embasa essas características, proveniente de diversos arcabouços teóricos, é o de construção de autonomia. Porém, não há na literatura estudo que o sintetize em suas diferentes acepções. Este artigo objetivou sistematizar os conceitos de construção de autonomia sob o paradigma psicossocial no campo das drogas. A metodologia utilizada foi a revisão integrativa. Pesquisou-se, nas bases Psycinfo, PubMed, BVS e Web of Science, estudos que analisaram o processo de cuidado utilizando a construção de autonomia. Foram identificados esses conceitos e suas referências teóricas, e sistematizados seus fundamentos. Entre os 22 estudos, há conceitos embasados em seis teorias, como a saúde coletiva e a redução de danos. Pôde-se considerar que: a construção de autonomia é um processo que mobiliza diferentes ações, como a corresponsabilização e a atuação sociopolítica territorial; pode ser sistematizada em três dimensões interrelacionadas; e detém diferentes raízes epistemológicas, como a psiquiatria da desinstitucionalização.
Abstract The psychosocial paradigm in the field of drugs focuses on the suffering individual in relation to the social reality and values the uniqueness of users and professionals for the development of health care. A concept that bases these characteristics, and that comes from different theoretical frameworks, is the construction of autonomy. However, there is no study in the literature that summarizes it in its different meanings. This article aimed to systematize the concepts of autonomy construction under the psychosocial paradigm in the field of drugs. The methodology used was the integrative review. We searched, in the Psycinfo, PubMed, BVS and Web of Science databases, studies that analyzed the care process using the construction of autonomy. These concepts, their theoretical references and their foundations were identified and systematized. Among the 22 studies, there are concepts based on six theories, such as collective health and harm reduction. It could be considered that the construction of autonomy is a process that mobilizes different actions, such as co-responsibility and territorial sociopolitical action; which can be systematized in three interrelated dimensions; and which has different epistemological roots, such as the psychiatry of deinstitutionalization.