O objetivo deste artigo é apresentar algumas contribuições da Teoria Psicológica da Atividade (Vigotski, Leontiev, Luria, Davidov, entre outros) à pesquisa sobre a atividade pedagógica docente. O foco desses autores, especialmente Leontiev e Davidov, é o estudo da atividade humana, entendida como unidade de constituição do psiquismo, e sua intervinculação com a consciência. Para eles, na sociedade de classes, a consciência humana caracteriza-se como fragmentada, desintegrada; significações sociais e sentidos pessoais, componentes estruturais da consciência, apresentam uma relação de exterioridade e tornam-se contraditórios. Partindo dessas reflexões, nos questionamos qual seriam as implicações da ruptura significado e sentido na atividade pedagógica do professor e quais seriam as possibilidades de coincidência dessas duas dimensões da consciência humana no trabalho pedagógico. Para responder a essas questões, buscamos, primeiramente, delimitar o significado da atividade pedagógica do professor tendo em vista as proposições da psicologia histórico-cultural e da pedagogia histórico-crítica. Essa etapa foi condição necessária para que se pudesse pesquisar o sentido pessoal da atividade do professor, ou seja, o que motiva a atividade docente. Depois, analisamos brevemente as implicações da ruptura entre o significado e o sentido pessoal da atividade pedagógica. Por último, apontamos, no plano teórico, algumas possibilidades de resistência a essa ruptura.
The purpose of this article is to present some of the contributions from the psychological theory of activity (Vigotski, Leontiev, Luria, Davidov amongst others) to research on teaching activity. The focus of these authors, especially Leontiev and Davidov, is the study of human activity as the central unit of the concrete individual's life, and its link with consciousness. According to the authors, in a class society, human consciousness becomes fragmented and disintegrates; social significance and personal meanings, structural components of consciousness, are not just coincidences but become contradictory. Based on these reflections, we asked what would be the consequences of the rupture between meanings and senses in pedagogical activity and what would be the possibilities of coincidence between these two dimensions of human consciousness in pedagogical work. To answer these questions, we sought, first of all, to delimit the meaning of the teacher's pedagogical activity, focusing on the propositions of historical cultural psychology and critical historical pedagogy. This was a necessary condition in order to be able to research the personal meaning of the teacher's pedagogical activity, or what motivates teaching activity. We then briefly analysed the implications of the rupture between the significance and personal meaning of pedagogical activity. Finally, we pointed to some possibilities for resistance to this rupture at the theoretical level.