INTRODUÇÃO: O câncer de mama é a afecção que mais causa mortes na população feminina. Seu tratamento é principalmente cirúrgico, o que causa grande impacto psicossocial na mulher. Para diminuir esse abalo, a cirurgia reconstrutiva oferece diferentes opções, como o retalho do músculo reto abdominal transverso (TRAM). Essa é uma alternativa de reconstrução que tem sido bastante utilizada nos últimos 30 anos, mundialmente. Embora seja a mais aplicada e a técnica que possibilita melhores resultados estéticos e funcionais, não deixa de apresentar complicações. O objetivo deste estudo é apresentar as principais complicações do TRAM de acordo com suas variantes (ipsilateral, contralateral e bilateral) e com o tempo da reconstrução. MÉTODO: Foram avaliadas 30 pacientes submetidas a mastectomia e reconstrução mamária com TRAM pediculado, sendo 25 reconstruções imediatas e 5 tardias. Foram analisadas as complicações das áreas doadora e receptora. RESULTADOS: Dentre as complicações identificadas, a necrose gordurosa na mama foi a mais incidente, mas também foram verificados casos de infecção, seroma, hérnia abdominal, sofrimento da pele em áreas doadora e receptora, e trombose venosa profunda. As complicações foram mais frequentes nas pacientes que realizaram o TRAM bilateral tardiamente. CONCLUSÕES: Assim como todos os tipos de cirurgia, a reconstrução de mama pelo TRAM, mesmo passados 30 anos desde sua descrição, está sujeita a diversas complicações no pós-operatório.
BACKGROUND: Breast cancer is the leading cause of death in the female population. The treatment for breast cancer is primarily surgical, which has a great psychosocial impact on women. To reduce this trauma, reconstructive surgery offers different options including the use of a retail transverse rectus abdominis (TRAM) flap. This is an alternative reconstruction that has been widely used worldwide over the last 30 years. Although reconstruction using the TRAM flap is the most widely used technique that yields the best aesthetic and functional results, it is associated with certain complications. The aim of this study is to present the main complications of reconstruction using the TRAM flap according to its variants (ipsilateral, contralateral, and bilateral) and reconstruction time. METHODS: We evaluated 30 patients who had a mastectomy and breast reconstruction using the TRAM flap, including 25 immediate reconstructions and 5 late reconstructions, and analyzed the complications of the donor and recipient areas. RESULTS: Among the identified complications, fat necrosis in the breast was the most frequent, but we also observed cases of infection, seroma, abdominal hernia, skin injury at the donor and recipient areas, and deep vein thrombosis. Complications were more frequent in patients who underwent late reconstruction with a bilateral TRAM flap. CONCLUSIONS: Thus, similar to other types of surgery, breast reconstruction using the TRAM flap is associated with various postoperative complications, even 30 years after it was first introduced.