Se reportan los resultados de un estudio transversal llevado a cabo en 2005 sobre la epidemiología del parasitismo intestinal en indios Suruí de la amazonia brasilera. Un total de 519 muestras de heces fueron examinadas por flotación en sulfato de zinc y sedimentación en etil-éter. Muestras positivas para Entamoeba histolytica/E. dispar fueron testeadas por ELISA. Una o más especies de helmintos estuvieron presentes en 36% de los sujetos y 70,7% presentaron al menos una especie de protozoario. El helminto más frecuente fue Hymenolepis nana (29,5%). Los nematodos fueron escasos (anquilostomo= 3,3%; Strongyloides stercoralis= 0.2%). Se identificó Capillaria sp. en 5,2% de las muestras y se detectó un caso de parasitismo por Dipylidium caninum. Las prevalencias de Giardia duodenalis y E. histolytica/E. dispar fueron 16,2% y 12,3%, respectivamente. Según ELISA la prevalencia de infección por E. histolytica fue 3,2%. La prevalencia de infección por nematodos fue sorpresivamente baja en comparación con reportes frecuentes en otras poblaciones indígenas de la amazonia brasilera. Se argumenta que los cambios en la prevalencia de helmintiasis en los Suruí se asocian a tratamientos masivos con antihelmínticos llevados a cabo por el servicio de salud de indígenas, en ausencia de otras medidas. Se propone que un programa especial orientado a controlar el parasitismo intestinal en poblaciones indígenas debe desligarse de la distribución de medicación, sino ser diseñado en colaboración con los habitantes locales, abarcando educación, mejores viviendas y sistemas de drenaje y disposición de residuos, y suministro de agua segura a todos los pobladores.
This study reports the results of a cross-sectional survey carried out in 2005 to investigate the epidemiology of intestinal parasitism among the Suruí Indians, Brazilian Amazon. A total of 519 stool samples were examined by zinc-sulphate-flotation and formol-ether-sedimentation. Entamoeba histolytica/E. dispar-positive samples were further tested by ELISA. Thirty-six percent of the subjects were positive for one more helminth species; 70.7% harbored at least one protozoan species. The most frequent helminth was Hymenolepis nana (29.5%). Nematodes were rare (hookworm= 3.3%; Strongyloides stercoralis= 0.2%). Capillaria sp. was identified in 5.2% of the samples and one case of parasitism by Dipylidium caninum was detected. Prevalence of Giardia duodenalis and E. histolytica/E. dispar was 16.2% and 12.3%, respectively. Based on ELISA, the prevalence of E. histolytica infection was 3.2%. The overall prevalence of intestinal nematode infections depicted in this study was surprisingly low compared to what is often reported for other indigenous populations in the Brazilian Amazon. It is argued that the prevalence of helminths in the Suruí are associated with anthelminthic mass treatment schemes undertaken by the Indian health service, in the absence of other measures. The authors propose that a special program aimed at controlling intestinal parasitism in indigenous communities should step beyond the top-down distribution of medication, but rather be designed in collaboration with the target population, encompassing education, better housing, alternative sewage disposal systems and safe water supply to all villagers.
Este trabalho apresenta os resultados de um estudo seccional conduzido em 2005 que visou investigar o perfil epidemiológico das parasitoses intestinais entre os índios Suruí, localizados em Rondôna, Amazônia brasileira. Um total de 519 amostras fecais foi examinado pelas técnicas de flutuação com sulfato de zinco e sedimentação com formol-éter. Amostras positivas para Entamoeba histolytica/E. díspar foram posteriormente testadas pelo método ELISA. Trinta e seis por cento dos indivíduos encontravam-se positivos para pelo menos uma espécie de helminto; 70,7% abrigavam pelo menos uma espécie de protozoário. O helminto mais freqüente foi Hymenolepis nana (29,5%). Nematódeos foram raros (ancilostomídeos= 3,3%; Strongyloides stercoralis= 0,2%). Capillaria sp. foi identificado em 5,2% das amostras e um caso de parasitismo por Dipylidium caninum foi observado. As prevalências de Giardia duodenalis e E. histolytica/E. dispar foram de 16,2% e 12,3%, respectivamente. Baseada no teste ELISA, a prevalência de infecção por E. histolytica foi de 3,2%. A prevalência total de infecção intestinal por nematódeos demonstrada neste estudo foi surpreendentemente baixa se comparada ao que tem sido geralmente reportado para outras populações indígenas da Amazônia brasileira. Argumenta-se que a baixa prevalência de helmintos entre os Suruí está em larga medida associada a esquemas de tratamento em massa com anti-helmínticos dispensados pelo serviço de saúde indígena. Os autores propõem que um programa especial destinado ao controle de parasitoses intestinais em comunidades indígenas deve ir além da distribuição de medicamentos. Preferencialmente, deve ser planejado em colaboração com a população alvo, considerando aspectos educacionais e visando a melhoria nas moradias e no sistema de esgoto e de fornecimento de água.