Este artigo parte de um breve relato crítico sobre as questões epistemológicas centrais que se colocaram no decorrer do século XX e que afetaram tanto as ciências naturais como as ciências sociais. Inicia por retomar, de forma breve, os principais pontos do debate, em seu caráter analítico, e apresentar suas consequências, principalmente aquelas relativas ao enfraquecimento da dicotomia entre ciências sociais e ciências naturais. Com a crise da epistemologia analítica, no final da década de 1960, e com a emergência das abordagens complexas, em detrimento daquelas determinísticas, as ciências sociais passaram a ampliar seus questionamentos aos fundamentos da ciência tradicional, de forma transdisciplinar. O artigo busca, também, indicar caminhos para transcender as limitações da epistemologia clássica, ao oferecer um quadro das novas discussões pós-coloniais e suas consequências, em especial aos dualismos universal/local, social/natural, corporal/simbólico.
This article starts with a brief critical account of the major epistemological issues that emerged during the twentieth century and that affected both the natural sciences and the social sciences. It briefly resumes the main matters of contention from the analytical view, and presents its consequences, particularly those related to the weakening of the dichotomy between social sciences and natural sciences. Following the crisis of analytical epistemology, in the late 1960s, and the emergence of complex approaches to the detriment of deterministic ones, social sciences have begun to expand their questioning the foundations of traditional science in a transdisciplinary way. The article also seeks to indicate ways to overcome the limitations of classical epistemology, by providing an account of the new postcolonial debates and their consequences, particularly the dualisms universal/local, social/natural, physical/symbolic.