RESUMO Objetivo: Investigar e comparar o comportamento e a neofobia alimentares de crianças e adolescentes de diferentes faixas etárias, índice de massa corporal/idade e sexo. Métodos: Tratou-se de um estudo transversal, com amostra por conveniência, envolvendo 150 crianças e adolescentes com faixa etária entre 3 e 13 anos, de ambos os sexos, atendidas em um ambulatório pediátrico de um hospital escola em Uberaba, MG. Para avaliar o comportamento alimentar, utilizaram-se as subescalas do Child Eating Behaviour Questionnaire (CEBQ) e para a neofobia alimentar o Child Food Neophobia Scale (CFNS). Resultados: Verificaram-se pontuações mais altas nas subescalas “resposta à comida” (p=0,015), “prazer em comer” (p=0,002) e “sobreingestão emocional” (p=0,009) em crianças e adolescentes com idades maiores. As crianças com idades menores obtiveram pontuações mais altas nas subescalas como “resposta à saciedade” (p=0,004) e “ingestão lenta” (p=0,001). Observou-se uma tendência à maior pontuação quanto à “resposta à comida” (p=0,005) e à “sobreingestão emocional” (p=0,013) nos participantes com obesidade grave. Não houve diferenças quanto à escala de neofobia alimentar. De modo geral, a neofobia alimentar correlacionou-se positivamente com o desinteresse pela comida e negativamente com o interesse pela comida. Conclusões: O estudo indicou diferenças significantes em alguns domínios do comportamento alimentar entre as crianças e os adolescentes da amostra, porém não houve diferenças em relação à neofobia alimentar. Nesse sentido, esses resultados podem contribuir para o aprimoramento de intervenções futuras referentes ao comportamento e à neofobia alimentares infantis.
ABSTRACT Objective: To investigate and compare the eating behavior and food neophobia of children and adolescents from different age groups, body mass index per age, and sex. Methods: This was a cross-sectional study, with a convenience sample, involving 150 children and adolescents aged 3 to 13 years, of both sexes, treated at a pediatric outpatient clinic of a teaching hospital in the municipality of Uberaba-MG, Brazil. Subscales of the Child Eating Behavior Questionnaire (CEBQ) were used to evaluate eating behavior, and the Child Food Neophobia Scale (CFNS) was used to evaluate food neophobia. Results: Higher scores were found in the subscales “food responsiveness” (p=0.015), “enjoyment of food” (p=0.002), and “emotional overeating” (p=0.009) among older children and adolescents. Younger children had higher scores in the subscales “satiety responsiveness” (p=0.004) and “slowness in eating” (p=0.001). There was a tendency toward higher scores for “food responsiveness” (p=0.005) and “emotional overeating” (p=0.013) in participants with severe obesity. There were no differences in the scale of food neophobia. Overall, food neophobia positively correlated with lack of interest in food and negatively correlated with interest in food. Conclusions: The study showed significant differences in some domains of eating behavior among children and adolescents of the sample; however, no differences were found regarding food neophobia. These results may contribute to the improvement of future interventions related to infant eating behavior and food neophobia.