O desenvolvimento da caprinocultura na região Nordeste do Brasil é severamente afetado por inúmeros fatores, entre eles a alta incidência de doenças. Objetivou-se conhecer o atual manejo sanitário empregado e os problemas sanitários existentes na opinião do criador do Ceará. O trabalho foi realizado nas várias regiões criadoras de caprinos de raças leiteiras, nativas ou sem raça definida. Foram selecionadas 127 propriedades onde se aplicou um questionário. A percentagem média de mortalidade de animais foi de 22,8% e 4,6% em jovens e adultos, respectivamente. Os sinais clínicos relatados, por ordem, foram: anemia e edema de barbela (81,9% dos criatórios), diarréia (78,7%), aborto (75,6%), pododermatite (67,7%), linfadenite (66,9%), ectoparasitoses (63,8%), mamite (51,2%), pneumonia (44,9%), lesões vesiculares de pele (35,4%), ceratoconjuntivite (29,1%), problemas de ordem nervosa (26,8%), malformação fetal (15%), criptorquidismo (11%), prolapso de vagina/útero (11%) e artrite (8,7%). Pode-se concluir que o manejo sanitário dos caprinos desses criatórios é precário, independente do tipo de exploração ou regime de criação, a mortalidade de animais, principalmente de jovens, é considerada alta. Mesmo em criatórios com exploração leiteira não existe uma preocupação rigorosa com higiene e qualidade do leite.
The development of the goat raising in the Northeastern region of Brazil is hardly affected by several factors, among them, the high incidence of illness. The aim of this study was to assess the adopted sanitary management and the healthy problems according to Ceara’s goat breeders. The work was carried out in many regions of dairy and native goat raising. There were selected 127 properties where a questionnaire was applied. Mean percentage of animals’ mortality was 22.8 and 4.6% for young and adult, respectively. Reported clinical signs were: anemia and dewlap edema (81.9% of the properties), diarrhea (78.7%), abortion (75.6%), foot rot (67.7%), lymphadenitis (66.9%), external parasites (63.8%), mastitis (51.2%), pneumonia (44.9%), goat pox (35.4%), keratoconjunctivitis (29.1%), nervous disorders (26.8%), fetal malformation (15%), cryptorchidism (11%), uterus/vagina prolapsed (11%), arthritis (8.7%), foot and mouth disease (2.4%) and rabies (0.8%). It could be concluded that the goats’ sanitary management of those properties is precarious, independently either the exploitation way or the raising regimen; the animals’ mortality, especially the youngest ones, is considered high; and even in dairy properties there is a lack of rigid worry concerning about hygiene and milk quality.