Resumo O objetivo deste estudo é avaliar os fatores associados à autoavaliação negativa da saúde entre trabalhadoras de enfermagem. Realizou-se estudo transversal exploratório, com amostra probabilística de 451 trabalhadoras de enfermagem da Atenção Básica à Saúde. Foi aplicado questionário com informações sociodemográficas, de hábitos de vida, ocupacionais, aspectos psicossociais e satisfação no trabalho e morbidade das trabalhadoras. A autoavaliação da saúde foi aferida por meio da questão “De modo geral, em comparação às pessoas da sua idade, como você considera o seu próprio estado de saúde?”. Os dados foram analisados por meio do modelo de regressão logística em blocos. Identificou-se prevalência de 15,8% de autoavaliação negativa da saúde. Os fatores associados foram: incompatibilidade das atividades desenvolvidas com o cargo, média e alta sobrecarga doméstica, situação de trabalho ativo (alto controle, alta demanda), avaliação ruim da qualidade de vida e transtornos mentais comuns. Os achados corroboram a relação entre processo saúde-doença e condições de vida e trabalho e indicam a necessidade de políticas públicas de prevenção e promoção da saúde das trabalhadoras de enfermagem. Essas politicas, ao constituir situações favoráveis de trabalho, podem ser muito relevantes para a qualidade da assistência prestada aos usuários do Sistema Único de Saúde.
Abstract The goal of this study is to assess the elements associated with the negative self-assessment of health among nursing workers. We performed a cross-sectional exploratory study, with a probability sample composed of 451 Primary Health Care nursing workers. We applied a questionnaire with sociodemographic data, as well as data on life habits, occupations, psychosocial aspects and satisfaction at work and morbidity of the workers. The self-assessment of health was measured through the question “Overall, in comparison with other people your age, how would you consider your own health status?” The data was analyzed using the model of logistic regression in blocks. We identified a prevalence of 15.8% of negative health self-assessments. The factors associated to it were: incompatibility of the activities developed with the position, medium and high housework overload, active work situation (high control, high demand), poor assessment of the quality of life, and common mental disorders. The findings confirm the relationship between the health-disease process and the life and working conditions, and point to a need for public policies of prevention and promotion of the health of nursing workers. By constituting favorable work situations, these policies may be highly relevant for the quality of the care provided to the users of the Brazilian Unified Health System (Sistema Único de Saúde, SUS, in the Portuguese acronym).
Resumen El objetivo de este estudio es evaluar los factores asociados a la autoevaluación negativa de la salud entre trabajadoras de enfermería. Se realizó un estudio transversal exploratorio, a partir de una muestra probabilística de 451 trabajadoras de enfermería de la Atención Básica de la Salud. Se aplicó un cuestionario con información sociodemográfica, de hábitos de vida, laborales, aspectos psicosociales y satisfacción en el trabajo, y morbilidad de las trabajadoras. La autoevaluación de la salud fue realizada a través de la pregunta “¿De manera general, en comparación a las personas de su edad, cómo considera usted su propio estado de salud?”. Los datos se analizaron por medio del modelo de regresión logística en bloques. Se identificó que la autoevaluación negativa de la salud prevalece con un 15,8%. Los factores asociados fueron: incompatibilidad de las actividades desarrolladas en relación al cargo, media y alta sobrecarga doméstica, situación de trabajo activo (alto control, alta demanda), mala evaluación de la calidad de vida y trastornos mentales comunes. Los resultados corroboran la relación entre el proceso salud-enfermedad y las condiciones de vida y trabajo, e indican la necesidad de políticas públicas de prevención y promoción de la salud de las trabajadoras de enfermería. Estas políticas, al constituir situaciones favorables de trabajo, pueden ser muy importantes para la calidad de la asistencia brindada a los usuarios del Sistema Único de Salud.