RESUMO Objetivos: investigar, em gestantes com sífilis, fatores associados à ocorrência de sífilis congênita e descrever os casos dessa doença quanto à justificativa para notificação e aspectos relativos ao recém-nascido. Método: estudo de coorte, com coleta de dados entre julho e setembro de 2017, incluiu 158 gestantes com sífilis na gestação, notificadas entre 2013 e 2015. As características das gestantes e recém-nascidos são apresentadas descritivamente. O desfecho em estudo foi ocorrência ou não de sífilis congênita. Variáveis de exposição sociodemográficas, relativas ao pré-natal e à adequação do tratamento da sífilis materna, foram analisadas pelo critério stepwise de seleção, e aquelas que apresentaram p<0,20, incluídas em análise ajustada, quando se adotou p crítico <0,05. Resultados: a maioria das gestantes com sífilis era branca, tinha nove ou mais anos de escolaridade e não trabalhava. Entre as participantes, 74 (46,8%) tiveram recém-nascido com sífilis congênita. De modo independente, o número de consultas pré-natais foi o único fator associado à sífilis congênita: à medida que aumentou o número de consultas, diminuiu a ocorrência (p=0,013, OR=0,87, IC95%=0,79-0,97). O não tratamento da mãe e do parceiro foram as justificativas mais frequentes para definição do caso de sífilis congênita, e 33 recém-nascidos com sífilis apresentaram intercorrência ao nascer. Conclusão: considerando a associação ao número de consultas pré-natal, para redução dos casos de sífilis congênita, o município deverá qualificar o seguimento nesse período, com oferta de consultas, desenvolvimento de ações de educação em saúde, implementação de investigação diagnóstica e de tratamento adequado para gestante, e parceria quando necessário.
ABSTRACT Objectives: to investigate factors associated with the occurrence of congenital syphilis in pregnant women with syphilis and to describe the cases of this disease regarding the justification for notification and aspects related to the newborn. Method: cohort study, with data collection between July and September 2017 which included 158 pregnant women diagnosed with syphilis during pregnancy, reported between 2013 and 2015. The characteristics of pregnant women and newborns are presented descriptively. The outcome under study was the occurrence or not of congenital syphilis. Sociodemographic exposure variables related to prenatal care and the adequacy of maternal syphilis treatment were analyzed by the stepwise selection criteria, and those that presented p<0.20, included in adjusted analysis, when critical p <0.05 was adopted. Results: most pregnant women with syphilis were white, had nine or more years of schooling and did not work. Among the participants, 74 (46.8%) had a newborn with congenital syphilis. Independently, the number of prenatal consultations was the only factor associated with congenital syphilis: as the number of consultations increased, the occurrence decreased (p=0.013, OR=0.87, 95%CI=0.79-0.97). The non-treatment of the mother and partner were the most frequent justifications for defining the case of congenital syphilis, and 33 newborns with syphilis presented complications at birth. Conclusion: considering the association with the number of prenatal consultations, in order to reduce cases of congenital syphilis, the municipality should modify the follow-up in this period, offering consultations, developing health education actions, implementing diagnostic investigation and appropriate treatment for pregnant women, and partnership when necessary.
RESUMEN Objetivos: investigar, en gestantes con sífilis, factores asociados a la ocurrencia de sífilis congénita y describir los casos de esta enfermedad en cuanto a la justificación de la notificación y aspectos relacionados con el recién nacido. Método: estudio de cohorte, con recopilación de datos entre julio y septiembre de 2017 incluyó 158 gestantes con sífilis durante el embarazo, notificadas entre 2013 y 2015. Se presentan descriptivamente las características de gestantes y recién nacidos. El resultado en estudio fue la aparición o no de sífilis congénita. Las variables sociodemográficas de exposición, relacionadas con la atención prenatal y la adecuación del tratamiento de la sífilis materna, se analizaron mediante el criterio stepwise de selección escalonada, y las que presentaron p <0,20, incluidas en el análisis ajustado, y cuando se adoptó una p <0,05 crítica. Resultados: la mayoría de las mujeres embarazadas con sífilis eran blancas, tenían nueve o más años de escolaridad y no trabajaban. Entre las participantes, 74 (46,8%) tenían un recién nacido con sífilis congénita. Independientemente, el número de consultas prenatales fue el único factor asociado con la sífilis congénita: a medida que aumentaba el número de consultas, la ocurrencia disminuía (p = 0,013, OR = 0,87, IC 95% = 0,79-0,97). El no tratamiento de la madre y la pareja fueron las justificaciones más frecuentes para definir el caso de sífilis congénita, y 33 recién nacidos con sífilis presentaron complicaciones al nacer. Conclusión: considerando la asociación con el número de consultas prenatales, para reducir los casos de sífilis congénita, el municipio debe habilitar el seguimiento en este período, ofreciendo consultas, desarrollando acciones de educación en salud, implementando investigaciones diagnósticas y tratamiento adecuado a la gestante, y alianzas cuando sea necesario.