OBJETIVO: Avaliar a auto-imagem vocal e caracterizar auditiva e acusticamente as vozes de sujeitos com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), comparadas a um grupo controle sem queixas psiquiátricas e vocais, além de analisar aspectos psicológicos que possam estar envolvidos nas questões vocais avaliadas. MÉTODOS: Constituiu-se uma amostra de 35 indivíduos, homens e mulheres, com idades entre 16 e 74 anos, sendo 17 com TOC e 18 casos controle. Todos os pesquisados foram submetidos aos seguintes protocolos de pesquisa: Escala de Depressão de Beck, Escala de Ansiedade de Beck e o protocolo para a caracterização da voz de sujeitos com manifestações psiquiátricas. Os sujeitos responderam ainda ao questionário de análise psicodinâmica da voz com enfoque na auto-imagem vocal e foram submetidos à avaliação perceptivo-auditiva e análise acústica da voz. RESULTADOS: Na análise da auto-imagem vocal, os aspectos significativos descritos pelo grupo clínico foram as características vocais triste e ruim. Na avaliação perceptivo-auditiva, houve predomínio do tipo voz rouco-soprosa em grau leve, alterações na ressonância, velocidade de fala e na modulação e entonação. Houve diferenças entre os valores de jitter e shimmer. Não foram observados valores fora do padrão de normalidade com relação ao tremor, nem diferenças entre os grupos quanto aos valores de frequência fundamental. CONCLUSÃO: Foi possível compreender a percepção do indivíduo com TOC sobre sua própria voz e os desvios na emissão vocal. Assim, o fonoaudiólogo pode obter informações que permitam melhorar a qualidade de vida destes por meio de uma intervenção fonoaudiológica, visando, também, a interdisciplinaridade.
PURPOSE: To assess the vocal self-image and to characterize auditory and acoustic aspects of the voices of individuals with Obsessive-Compulsive Disorder (OCD), compared to a control group without psychiatric and vocal complaints, in addition to analyze the psychological aspects that may be involved in the evaluated vocal issues. METHODS: The sample consisted of 35 individuals - 17 with OCD and 18 control cases - of both genders, with ages between 16 and 74 years. All subjects underwent the following research protocols: Beck Depression Inventory, Beck Anxiety Inventory, and the protocol for the characterization of the voices of individuals with psychiatric manifestations. The subjects also answered the voice psychodynamic analysis questionnaire focusing on their vocal self-image, and were submitted to auditory-perceptive evaluation and acoustic analysis of voice. RESULTS: In the analysis of the vocal self-image, the significant aspects described by the clinical group were the vocal characteristics sad and bad. In the auditory-perceptive analysis, there was a predominance of the slightly hoarse, breathy voice, alterations in resonance, speech rate, modulation and intonation. There were differences between jitter and shimmer values. All values regarding tremor were within normal standard parameters, and no differences were found between the groups regarding fundamental frequency values. CONCLUSION: It was possible to understand the perception of individuals with OCD regarding their own voices, and the deviations in vocal emissions. Thus, the speech-language pathologist can obtain information that allows the improvement in the quality of life of these individuals through speech-language pathology intervention, also aiming at interdisciplinarity.