OBJETIVOS: descrever a experiência de três anos com terapia intensiva em obstetrícia em Unidade de Terapia Intensiva em setor que permite que obstetras continuem conduzindo as pacientes obstétricas criticamente enfermas. MÉTODOS: estudo avaliando 933 pacientes atendidas na UTI obstétrica do Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira (IMIP) de setembro de 2002 a fevereiro de 2005. As variáveis foram idade, paridade, diagnóstico de admissão, época da admissão, diagnósticos e complicações durante o internamento, procedimentos invasivos empregados e resultado final. RESULTADOS: as três principais causas de internamento foram hipertensão (87%), hemorragia obstétrica (4,9%) e infecção (2,1%). A idade média foi 25 anos e 65% dos partos, cesarianas. Anemia foi achado freqüente (58,4%). Outros diagnósticos: insuficiência renal, doença tromboembólica, cardiopatia, edema agudo de pulmão, sepse, choque hemorrágico. Das 814 pacientes admitidas com hipertensão associada à gestação, 65% tinham pré-eclâmpsia grave, 16% pré-eclâmpsia leve e 11% eclâmpsia. Síndrome HELLP ocorreu em 46%. Ventilação mecânica foi necessária em 3,6% e hemotransfusão em 17%. A duração média do internamento foi cinco dias (1-41). A taxa de óbito foi 2,4%. CONCLUSÕES: a taxa de morte foi relativamente baixa, sugerindo que uma UTI conduzida por obstetras pode ser uma estratégia factível para reduzir a mortalidade materna.
OBJECTIVES: to describe a three-year experience with obstetric Intensive Care Units (ICU), a unit allowing obstetricians to continue to care for critically ill obstetrics patients. METHODS: the study evaluated all admissions (933) to the Obstetric ICU, in the Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira (IMIP), from September 2002 to February 2005. Age, parity, diagnosis, admission time, diagnosis during ICU stay, associated complications, invasive procedures utilized, and final outcome were analyzed. RESULTS: hypertension (87%), obstetric hemorrhage (4.9%) and obstetric infection (2.1%) were the major cause of the admissions analyzed. Mean age was 25 years, 65% of the patients delivered by cesarean-section. Anemia was a very common finding (58.4%). Other diagnoses were renal insufficiency, thromboembolic disease, cardiac disease, acute pulmonary edema, sepsis, and hemorrhagic shock. Of the 814 patients with pregnancy-associated hypertension 65% had severe pre-ecclampsia, 16% mild pre-ecclampsia, and 11% ecclampsia. HELLP syndrome was found in 46%. Mechanical ventilation was necessary in 3.6% and hemotransfusion in 17% of the patients. Mean stay was five day (1 a 41) days. Death occurred in 2.4% of the patients. CONCLUSIONS: the rate of deaths was low. An obstetric ICU managed by obstetricians could be a feasible way of dealing with maternal mortality.