RESUMO Neste artigo, examinarei os decretos emitidos pelos reis espanhóis e autoridades hispano-americanas para libertar escravos fugidos de colônias estrangeiras. O objetivo é interpretar esse conjunto de leis - composto por cédulas, provisões, ordens e instruções registradas desde 1680 até o fim do século XVIII - no campo da política internacional e da rivalidade interimperial. Argumento que, a despeito dos precedentes na tradição normativa castelhana, que remontam à época medieval, esse conjunto de dispositivos legais constituía, antes de tudo, um recurso diplomático empregado pela Coroa espanhola em suas relações com Estados europeus que possuíam impérios escravistas no Atlântico.
ABSTRACT This paper examines the decrees issued by the Spanish kings and colonial authorities granting freedom to runaway slaves from foreign colonies. The aim is to interpret these laws, comprised of royal cedulas, proclamations, orders, and instructions, which have been registered from 1680 to the late eighteenth century, in the field of international politics and inter-imperial rivalry. I claim that, despite the precedents in Castilian legal tradition dating back to medieval times, this set of legal dispositions was, above all, a diplomatic expedient used by the Spanish Crown as a threat to rival slavery-based Atlantic empires.
RESUMEN En este artículo examinaré los decretos promulgados por los reyes de España y autoridades hispanoamericanas que liberaban esclavos fugitivos de colonias extranjeras. El reto es interpretar ese conjunto de leyes, compuesto por cédulas, provisiones, órdenes e instrucciones publicadas desde 1680 hasta finales del siglo XVIII, en el ámbito de la política internacional y de las rivalidades imperiales. Mi argumento es que, a pesar de los precedentes en la tradición jurídica castellana que se remontan a la Edad Media, esa legislación era utilizada, antes que todo, como recurso diplomático de la Corona española en sus relaciones con los demás Estados europeos que poseían imperios esclavistas en el Atlántico.