OBJETIVOS: A dacriocistorrinostomia externa é classicamente realizada por meio de incisão cutânea nasal. Há poucos relatos sobre a incisão transpalpebral, posicionada no sulco infraciliar da pálpebra inferior. O presente estudo tem por objetivo relatar os aspectos cosméticos e funcionais utilizando a técnica transpalpebral. MÉTODOS: Série de casos, intervencional e prospectivo. Foram incluídos 25 pacientes consecutivos (17 mulheres) com idades variando de 3 a 85 anos (média ± dp= 44,84 ± 23,67), que apresentavam dacriocistite crônica. A dacriocistorrinostomia foi unilateral em 24 casos e bilateral em 1 caso. A incisão transpalpebral foi posicionada no sulco infraciliar medial, com extensão de 10 a 15 mm. Foram realizadas fotografias digitais do canto interno (Nikon D70S, lente macro, resolução de 3008 x 2000 pixels) nos tempos pós-operatórios 1, 3 e 6 meses. A visibilidade da cicatriz foi avaliada por 3 observadores (oftalmologista, cirurgião plástico e cirurgião de cabeça e pescoço) utilizando a seguinte escala: 1= imperceptível, 2= minimamente visível, 3= moderadamente visível, 4= muito visível. RESULTADOS: A DCR foi realizada sem dificuldades e com sucesso funcional em 90,48% dos casos. A pontuação média para visibilidade da cicatriz foi de 2,19 (1º mês), 1,65 (3º mês) e 1,44 (6º mês). Houve 3 casos de ectrópio leve do ponto lacrimal que foram tratados conservadoramente. Um paciente apresentou piscar espontâneo incompleto, com resolução no primeiro mês de pós-operatório. CONCLUSÃO: A incisão transpalpebral é uma excelente via de acesso para realização da dacriocistorrinostomia. A cicatriz é pouco visível desde o primeiro mês após a cirurgia, mesmo em pacientes mais jovens. Os resultados funcionais são semelhantes ao das outras técnicas. Em pacientes mais idosos é necessário avaliação cuidadosa da frouxidão palpebral a fim de evitar a indução de ectrópio lacrimal.
PURPOSE: External dacryocystorhinostomy is routinely performed through a cutaneous vertical incision placed on the lateral aspect of the nose. The lower eyelid crease approach has been seldom reported. The purpose of this study is to report the cosmetic and functional results of the lid crease approach for external dacryocystorhinostomy in a series of patients. METHODS: Prospective, interventional case series. Twenty-five consecutive patients (17 women) ranging in age from 3 to 85 years (mean ± SD= 44.84 ± 23.67) were included in the study. All patients but one underwent unilateral external dacryocystorhinostomy with a 10 to 15 mm horizontal incision placed on a subciliary relaxed eyelid tension line. The inner canthus was photographed with a Nikon D70S digital camera with a macrolens and resolution of 3008 x 2000 pixels at 1, 3 and 6 months after surgery. The resulting scar was judged from the photographs by 3 observers (ophthalmologist, plastic and head and neck surgeons) according to a four level scale (1= unapparent, 2= minimally visible, 3= moderately visible, 4= very visible). RESULTS: The surgery was easily performed in all patients with a 90.48% success. Three of the elderly patients (ages 61, 79 and 85 yr) developed mild lacrimal punctum ectropion, which resolved with conservative treatment. One patient had a hypometric blink which spontaneously recovered within one month. The mean score for scar visibility was 2.19 (1st mo), 1.65 (3th mo) and 1.44 (6th mo). CONCLUSIONS: The eyelid crease approach is an excellent option for external dacryocystorhinostomy. It leaves an unapparent scar since the first month after surgery, even in younger patients. The functional results are excellent and comparable to other techniques. Care should be taken in elderly patients with lower eyelid laxity in order to prevent lacrimal punctum ectropion.