Os Carnivora terestres do Quaternário brasileiro são representados pelas seguintes famílias: Canidae, Felidae, Ursidae, Procyonidae Mephitidae e Mustelidae. Sua recente história evolutiva na América do Sul está associada com o soerguimento do Istmo do Panamá, que possibilitou o Grande Intercâmbio Biótico das Américas (GIBA). Aqui apresentamos novos registros fossilíferos de Carnivora encontrados em uma caverna no município de Aurora do Tocantins, Tocantins, norte do Brasil. A coleta com controle estratigráfico no depósito sedimentar da caverna estudada revelou um nível fossilífero onde os seguintes taxa de Carmivora estão representados: Panthera onca, Leopardus sp., Galictis cuja, Procyon cancrivorus, Nasua nasua e Arctotherium wingei. A datação por Ressonância Eletrônica de Spin indica que essa assembléia foi depositada durante o Último Máximo Glacial (UMG), há pelo menos 22.000 Ma. O furão, G. cuja é atualmente registrado mais longe do sul do continente que o registro apresentado aqui. Isto pode sugerir que o ambiente próximo à caverna era relativamente mais seco durante o UMG, com vegetação mais aberta, e temperaturas mais moderadas que o atual Cerrado Brasileiro.
The Brazilian Quaternary terrestrial Carnivora are represented by the following families: Canidae, Felidae, Ursidae, Procyonidae Mephitidae and Mustelidae. Their recent evolutionary history in South America is associated with the uplift of the Panamanian Isthmus, and which enabled the Great American Biotic Interchange (GABI). Here we present new fossil records of Carnivora found in a cave in Aurora do Tocantins, Tocantins, northern Brazil. A stratigraphical controlled collection in the sedimentary deposit of the studied cave revealed a fossiliferous level where the following Carnivora taxa were present: Panthera onca, Leopardus sp., Galictis cuja, Procyon cancrivorus, Nasua nasua and Arctotherium wingei. Dating by Electron Spinning Resonance indicates that this assemblage was deposited during the Last Glacial Maximum (LGM), at least, 22.000 YBP. The weasel, G. cuja, is currently reported much further south than the record presented here. This may suggest that the environment around the cave was relatively drier during the LGM, with more open vegetation, and more moderate temperatures than the current Brazilian Cerrado.