Resumo O objetivo deste estudo foi descrever e comparar os achados sobre a prevalência e severidade da cárie dentária ao utilizar ICDAS e CPOD/ceod em um estudo epidemiológico com crianças e suas mães. Este estudo transversal avaliou 150 pré-escolares e suas mães. Os dados foram coletados utilizando-se o ICDAS e depois transformados em CPOD/ceod. Os códigos do ICDAS relacionados à cárie foram analisados de acordo com três diferentes pontos de corte: CP1 (0-hígido/1-6-cárie), CP2 (0-1 hígido/2-6-cárie) e CP3 (0-2 hígido/3-6-cárie), representando o D/d do índice CPOD/ceod. Os códigos do ICDAS referentes às restaurações, exceto selantes, foram considerados o O/o e o código 97 do ICDAS como o P/e do índice CPOD/ceod. A prevalência de cárie e sua severidade com o ICDAS foram de 92%, 84% e 31,3% em crianças e 97,3%, 96,6% e 80% em adultos de acordo com o CP1 / CP2 / CP3, respectivamente. Admitindo o ponto de corte CP3 como o padrão para a transformação de achados do ICDAS em CPOD/ceod, foi observado que o índice CPOD/ceod subestimaria 60% das lesões não cavitadas em crianças e 16,6% em adultos. O CPOD/ceod subestima a presença da doença ao desconsiderar as lesões não cavitadas na população pediátrica avaliada. A escolha de qual é o melhor índice para levantamentos epidemiológicos vai depender do propósito da pesquisa e da população-alvo: se o objetivo for estimar as necessidades da população para determinar cuidados clínicos em crianças e adultos, o CPOD/ceod pode ser suficiente. No entanto, se o objetivo for ter um diagnóstico mais abrangente da doença ao nível da população, a fim de desenvolver estratégias preventivas, para paralisar e reverter a doença, a detecção de lesões não cavitadas torna-se importante, principalmente em crianças pequenas.
Abstract The aim of this study was to describe and compare findings regarding the prevalence and severity of dental caries when using ICDAS and DMFT/dmft in an epidemiological study with children and their mothers. This cross-sectional study evaluated 150 preschoolers and their mothers. Data were collected with ICDAS and then transformed into DMFT/dmft. ICDAS scores related to caries were analyzed according to three different cut-off-points: CP1 (0-healthy/1-6-caries), CP2 (0-1-healthy/2-6-caries) and CP3 (0-2-healthy/3-6-caries), representing the D/d of DMFT/dmft. ICDAS codes regarding restorations, except sealants, were considered the F/f and the code 97 as the M/m of DMFT/dmft index. Prevalence of caries and its severity with ICDAS were 92%, 84% and 31.3% in children and 97.3%, 96.6% and 80% in adults according to CP1/CP2/CP3, respectively. Admitting CP3 as the standard for data transformation of ICDAS in DMFT/dmft, it was observed that DMFT/dmft index would underestimate 60% of non-cavitated lesions in children and 16.6% in adults. The DMFT/dmft underestimated the presence of disease to disregard non-cavitated lesions for the pediatric population evaluated. The choice of which is the best index for epidemiological surveys will depend on the purpose of the research and the target population: if it is to estimate the needs of the population to determine clinical care in children and adults, the DMFT/dmft may be sufficient. However, if the objective is to have a more comprehensive diagnosis of caries at the population level in order to develop preventive strategies, to halt and reverse the disease, the detection of non-cavitated-lesions becomes important, mainly in young children.