Resumo Fundamento O volume plaquetário médio (VPM), uma medida simples de ativação plaquetária, tornou-se recentemente um tópico interessante no campo da pesquisa cardiovascular. A reabilitação cardíaca (RC) baseada em exercícios é uma intervenção abrangente que diminui a morbidade-mortalidade em pacientes com doença arterial coronariana (DAC). Estudos sobre os efeitos do exercício físico na ativação plaquetária têm produzido resultados conflitantes. Objetivo O objetivo deste estudo foi determinar o efeito de um programa de RC baseado em exercícios sobre o VPM em pacientes com DAC estável. Métodos A amostra foi composta por 300 pacientes consecutivos com DAC estável. Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo RC (n = 97) e grupo não RC (n = 203). Foi feito um hemograma. As medidas de correlação ponto-bisserial foram tiradas para mostrar a correlação entre a alteração do VPM e a RC. Valor de p<0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados A diminuição do VPM foi maior no grupo CR do que no grupo não CR [(-1,10 (-1,40-(-0,90)) vs. (-0,10 (-2,00-0,00)); p<0,001]. ΔVPM teve correlação positiva com Δ neutrófilos (r = 0,326, p<0,001), ΔTG (r = 0,439, p<0,001), ΔLDL-c (r = 0,478, p<0,001), ΔGB (r = 0,412, p<0,001) e ΔPCR (r = 0,572, p <0,001). Foi encontrada uma correlação significativa entre ΔVPM% e CR (r = 0,750, p <0,001). Conclusões Pudemos mostrar que a RC baseada em exercícios tem forte relação com a redução do VPM em pacientes com DAC. Consideramos que a diminuição da ativação plaquetária com RC baseada em exercícios pode desempenhar um papel importante na redução do risco trombótico em pacientes com DAC estável. (Arq Bras Cardiol. 2020; [online].ahead print, PP.0-0)
Abstract Background Mean platelet volume (MPV), which is a simple measure of platelet activation, has recently become an interesting topic in cardiovascular research. Exercise-based cardiac rehabilitation (CR) is a comprehensive intervention that decreases mortality-morbidity in patients with coronary artery disease (CAD). Studies on the effects of exercise on platelet activation have yielded conflicting results. Objective The purpose of this study was to determine the effect of an exercise-based CR programs on MPV in patients with stable CAD. Methods The sample was composed of 300 consecutive stable CAD patients. The patients were divided into two groups: CR group (n = 97) and non-CR group (n = 203). Blood analysis was performed. Point-Biserial correlation measures were performed to show correlation between MPV change and CR. A p value of <0.05 was considered statistically significant. Results The decrease in MPV was greater in the CR group than in the non-CR group [(-1.10(-1.40-(-0.90)) vs. (-0.10 (-2.00-0.00)); p< 0.001]. ΔMPV had a positive correlation with Δ neutrophil (r = 0.326, p < 0.001), ΔTG (r = 0.439, p < 0.001), ΔLDL-c (r = 0.478, p < 0.001), ΔWBC (r = 0.412, p < 0.001), and ΔCRP (r = 0.572, p < 0.001). A significant correlation was found between ΔMPV% and CR (r=0.750, p<0.001). Conclusions We were able to show that exercise-based CR has a strong relationship with MPV reduction in patients with CAD. We consider that decreased platelet activation with exercise-based CR might play an important role in reducing thrombotic risk in patients with stable CAD. (Arq Bras Cardiol. 2020; [online].ahead print, PP.0-0)