resumo Com base em etnografias realizadas em diferentes contextos – povo Pankararu em Pernambuco e São Paulo, quilombolas de Alcântara/MA e agricultoras agroecológicas do leste de Minas Gerais –, propomos, neste artigo, que os “modos de cuidar” fazem parte de uma ética de relacionamentos que envolve seres tangíveis – homens, mulheres, plantas e a terra – e seres intangíveis, como os encantados. E, ainda, que há práticas de cuidado relacionadas a “movimentos” que se realizam com intensidades e ritmos variados. Nos contextos trabalhados, os modos de cuidar, enquanto eixo organizador de relações sociais, são protagonizados pelas mulheres, embora não sejam restritos ao universo feminino, e são compreendidos em suas dimensões afetivas e disruptivas. Ao trazer a relação entre “movimento e cuidado”, nosso propósito é contribuir com uma nova perspectiva para os debates que têm sido realizados sobre estes temas. Paulo AlcântaraMA Alcântara MA propomos artigo cuidar homens mulheres intangíveis encantados E ainda movimentos “movimentos variados trabalhados sociais feminino disruptivas movimento cuidado, , cuidado” temas
abstract Based on ethnographic studies that were carried out in different contexts - with Indigenous (Pankararu) tribes in the states of São Paulo and Pernambuco, with Afro-descendant groups ( quilombolas ) in Alcântara in the state of Maranhão, and with small scale, family-based fema- le farmers in the eastern part of Minas Gerais - we propose that “forms of caring” are part of a relationship ethics that involves tangible beings -men, women, plants, and the land - and intangible beings, that are part of the “divine,” supreme realm of human existence. We also explore the possibility of the existence of care practices linked to “movements” that take place with varying intensities and rhythms. Within the contexts of our respective ethno- graphic fields, the forms of caring, as the organizing axis of social relations, are carried out by women, although they are not perceived as intrinsically being tied to “women’s nature” and are also understood in their affective and disruptive dimensions. By bringing up the relationship between “movement and care,” we aim to contribute with a new perspective to the debates that have been held on these topics. Pankararu (Pankararu Pernambuco Afrodescendant Afro descendant Maranhão scale familybased family based fema caring men, men -men women plants divine, divine “divine, movements “movements rhythms ethno fields relations womens s nature dimensions movement care, topics “divine