OBJETIVOS: Analisar a presença de transtornos alimentares em universitárias e avaliar a frequência dos quadros de bulimia, anorexia nervosa e estratégias inadequadas para emagrecimento na amostra estudada. MÉTODOS: Foram estudadas 214 universitárias matriculadas em diferentes cursos da área da saúde em uma universidade do sul do Brasil, com idade igual ou superior a 18 anos; a avaliação se deu por meio de questionários autoaplicáveis. A frequência de padrões alimentares anormais foi avaliada de acordo com os escores das versões em português do Eating Attitudes Test, versão de 26 itens (EAT-26), do Bulimic Investigatory Test, Edinburgh (BITE), e um questionário complementar com itens sobre a situação ponderal e estratégias inadequadas utilizadas para emagrecer. RESULTADOS: As estudantes tinham média (± desvio padrão) de idade de 21±9,93 anos e índice de massa corporal (IMC) médio de 21,1±2,59. Entre as participantes, 72,9% afirmaram que gostariam de pesar menos e 29% relataram o uso de estratégias inadequadas para emagrecer (o uso de diurético foi o mais frequente, seguido de laxantes, derivados de anfetaminas e vômitos induzidos). De acordo com a pontuação do EAT-26, 22,4% das estudantes (IC95% 17,7-27,1) apresentaram padrão alimentar anormal. Já o BITE indicou que 9,8% (IC95% 6,5-13,1) se encontravam no grupo com grande possibilidade de bulimia e 36,9 (IC95% 31,5-42,3) apresentavam necessidade de avaliação clínica. A média do IMC foi menor entre as universitárias com escores normais nos dois testes, porém não foi encontrada associação entre IMC e satisfação com o próprio peso. CONCLUSÕES: Nas futuras profissionais da saúde avaliadas, houve uma alta taxa de tendência a transtornos alimentares, conforme evidenciado pelos escores do EAT-26 e do BITE; o uso frequente de técnicas inadequadas de emagrecimento também foi constatado.
OBJECTIVES: To analyze eating disorders among female university students and to assess the frequency of bulimia nervosa, anorexia nervosa, and inappropriate weight loss strategies in this population. METHODS: The sample comprised 214 female university students attending different health science programs at a university in southern Brazil, aged over 18 years, assessed using self-administered questionnaires. The 26-item version of the Eating Attitudes Test (EAT-26), the Bulimic Investigatory Test, Edinburgh (BITE), and a supplementary questionnaire covering data on weight status and inappropriate weight loss strategies were used to assess dietary abnormalities. RESULTS: Mean age (± standard deviation) was 21±9.93 years, and mean body mass index (BMI) was 21.1±2.59. Among the respondents, 72.9% said they would like to weigh less, 29% reported the use of different weight loss methods (diuretics were the most common, followed by laxatives, amphetamine-derived drugs, and self-induced vomiting). With regard to EAT-26 scores, 22.4% (95%CI 17.7-27.1) revealed abnormal feeding patterns; BITE indicated that 9.8% (95%CI 6.5-13.1) were at risk for developing bulimia and 36.9% (95%CI 31.5-42.3) required clinical evaluation. Mean BMI was lower among students with normal scores on both tests, but no association was found between BMI and satisfaction with own weight. CONCLUSION: There was a strong trend toward eating disorders in the health science students assessed, as demonstrated by EAT-26 and BITE scores; inadequate weight loss strategies are frequently used as well.