Resumo Neste artigo, objetivou-se compreender as relações contratuais por meio da complementaridade da Teoria dos Custos de Transação, Teoria dos Custos de Mensuração e Visão Baseada em Recursos. Para tanto, buscou-se definir um modelo analítico adequado ao objetivo de complementaridade, considerando-se as categorias de cada abordagem. A proposição elaborada indica que, na possibilidade de mensuração dos atributos dos produtos, a relação contratual pode ser utilizada para garantir os direitos de propriedade sobre ativos de elevada especificidade e recursos estratégicos, evitando-se os custos da integração vertical. Em um segundo momento, a partir de uma pesquisa qualitativa descritiva, com recorte no ano de 2015, realizou-se a fase empírica da proposta. Nessa fase, analisou-se a proposição de complementaridade a partir de dados obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas com gerentes de logísticas, produção e compras das montadoras automotivas localizadas no Estado do Paraná, e alguns de seus fornecedores diretos. A proposição foi ratificada ao se constatar que, no caso de autopeças de elevada especificidade, a capacidade de mensuração de suas dimensões garante a proteção de direitos de propriedade específicos e residuais. No caso dos recursos estratégicos, na possibilidade de mensuração e controle, a contratação permitiu a aquisição de diversas inovações geradoras de vantagem competitiva (bluetooth, o GPS integrado no veiculo, com cartão SD, o sensor de ré, air bags). Observou-se que, mesmo se constituindo em recursos valiosos e raros para as montadoras no seu lançamento, esse fato não impediu que esses fossem adquiridos por intermédio da contratação. Conclui-se que essa ratificação pode oferecer um caminho alternativo ao racional da TCT, proposto por Williamson, e à orientação pela integração de recursos, como forma de controle, preconizado pela VBR, o que ainda carece de maiores estudos visando a superar as limitações ainda presentes no modelo apresentado.
Abstract The aim of the present study is to understand contractual relations through the complementarity of the Transaction Costs Theory, Measurement Costs Theory, and the Resource-Based View. Initially, we sought to define an analytical model appropriate to the complementarity objective, considering the categories of each approach. The proposition was: given the possibility of measuring the attributes of products, the contractual relationship can be used to guarantee property rights over assets of high specificity and strategic value, avoiding the costs of vertical integration. Secondly, a qualitative descriptive cross-cut (2014 and 2015) study was carried out. In this phase, the complementarity proposition was analyzed based on data obtained through semi-structured interviews with logistics, production, and purchasing managers of automakers located in the state of Paraná, and some of their direct suppliers. Our proposition indicates that when there is the possibility of measuring product attributes, the contractual relationship can be used to secure property rights of high-specificity assets and strategic resources, avoiding the costs of vertical integration. This proposition was verified because, in the case of high-specificity auto parts, the measurability of their dimensions ensures protection of specific and residual property rights. In the case of strategic resources, when there is a possibility of measurement and control, contracting is allowed, even including the acquisition of innovations that bring competitive advantage (Bluetooth, integrated GPS with SD card, back-up sensor, air bags). It was observed that, even though competitive advantages constitute valuable and rare resources for automakers at their launch, this did not prevent contracting. Verification can offer an alternative path to rational Transaction Costs Theory, as proposed by Williamson, and the use of vertical integration as a form of controlling strategic resources, recommended by the Resource-Based View, which still requires further studies in order to overcome persistent limitations in the model.
Resumen El propósito en este artículo es entender las relaciones contractuales por medio de la complementariedad de la Teoría de los Costos de Transacción, Teoría de los Costos de Medición y de Visión Basada en los Recursos. Para ello, se ha buscado establecer un modelo analítico apropiado al objetivo de complementariedad, teniendo en cuenta las categorías de cada enfoque. La proposición elaborada indica que, en la posibilidad de medición de los atributos del producto, la relación contractual puede utilizarse para asegurar los derechos de propiedad de activos de alta especificidad y recursos estratégicos, evitándose los costos de la integración vertical. En una segunda etapa, a partir de un estudio cualitativo descriptivo, con sección en el año 2015, se ha llevado a cabo la fase empírica de la proposición. En esta fase, se ha analizado la proposición complementaria, a partir de datos obtenidos por medio de entrevistas semiestructuradas con los directores de logística, producción y adquisición de plantas ensambladoras automotrices ubicadas en el estado de Paraná, y algunos de sus proveedores directos. La proposición ha sido ratificada por la constatación de que, en el caso de autopartes de alta especificidad, la capacidad de medición de sus dimensiones asegura la protección de los derechos de propiedad específicos y residuales. En cuanto a los recursos estratégicos, en la posibilidad de medición y control, la contratación ha permitido la adquisición de una serie de innovaciones generadoras de ventaja competitiva (bluetooth, GPS integrado en el vehículo, con tarjeta SD, sensor de marcha atrás, air bags). Se advierte que, aunque constituyan recursos valiosos y raros para los fabricantes de automóviles en su lanzamiento, este hecho no ha impedido que éstos fueran adquiridos por medio de la contratación. Se concluye que dicha comprobación puede ofrecer un medio alternativo al camino racional de la TCT, propuesto por Williamson, y a la orientación hacia la integración de los recursos, como medio de control, preconizado por la VBR. Es necesario que se realicen más estudios para superar las limitaciones todavía presentes en el modelo.