Abstract Traditional networks and TV channels, such as RTP [Rádio e Televisão de Portugal] and SIC [Sociedade Independente de Comunicação] in Portugal, and Globosat and HBO [Home Box Office] in Brazil, have a more conservative approach in their general subtitling guidelines regarding the standard language norm (Ramos Pinto, 2010) and the use of profanity and vulgar language (HBO, 2001). Among the general guidelines for subtitle translators are, for example, toning down offensive language and respecting the educated norm of the Portuguese language. With the arrival of Netflix in the subtitling market, a relaxation of these rules has been observed. The streaming service allows the use of profanity without any form of censorship and the creation of more idiomatic and colloquial subtitles (Netflix, 2023). This article aims at identifying the explicit or implicit guidelines that justify this change of approach in the production of subtitles for the Portuguese language on the streaming service. To do so, we conducted an analysis of the general subtitling guidelines from two audiovisual content providers: HBO Latin America (2001) and Netflix (2023), utilizing the concept of translation norms (Toury, 1978) to identify three distinct sets of norms that currently coexist within the Portuguese audiovisual translation system. The article also discusses whether amateur translations, which often disregard the industry's professional guidelines, require a higher cognitive effort from the viewer. As a conclusion, we suggest three explanations for the non-normative behavior on the part of Netflix translators: (1) unfamiliarity with the restrictive norms of other subtitling industry agents, as the advent of Netflix brought a new generation of translators into the market; (2) the fact that streaming service subscribers have an active voice in the production and post-production of the programs they consume; (3) the less normative language guidelines of Netflix have indeed allowed for a greater degree of freedom in translation solutions. channels Rádio Portugal Sociedade Comunicação Home Office Brazil Ramos Pinto 2010 HBO, (HBO 2001. 2001 . 2001) are example market observed Netflix, (Netflix 2023. 2023 2023) so providers (2001 2023, , (2023) Toury, Toury (Toury 1978 system translations industrys s viewer conclusion nonnormative non 1 (1 agents 2 (2 postproduction post consume 3 (3 solutions 201 200 202 (200 (2023 197 ( 20 (20 (202 19
Resumo Redes e canais de TV tradicionais, como RTP [Rádio e Televisão de Portugal] e SIC [Sociedade Independente de Comunicação] em Portugal e Globosat e HBO [Home Box Office] no Brasil, têm uma abordagem mais conservadora em suas diretrizes gerais de legendagem no que diz respeito à norma padrão da língua (Ramos Pinto, 2010) e ao uso de palavrões e turpilóquios (HBO, 2001). Entre as orientações gerais para os tradutores de legendas estão, por exemplo, amenizar a linguagem de baixo calão e respeitar a norma culta do português. Com a chegada da Netflix ao mercado de legendagem, notou-se um afrouxamento dessas regras. O serviço de streaming permite o uso de palavrões sem qualquer tipo de censura e a redação de legendas mais idiomáticas e coloquiais (Netflix, 2023). O presente artigo pretende identificar orientações explícitas ou implícitas que justifiquem essa mudança de abordagem na confecção das legendas do serviço de streaming para o português. Para isso, procedemos ao levantamento e à análise das diretrizes gerais de legendagem de dois provedores de conteúdo audiovisual: HBO Latin America (2001) e Netflix (2023), lançando mão do conceito de normas de tradução (Toury, 1978) para detectar três conjuntos distintos de normas que atualmente coexistem no sistema de tradução audiovisual do português. O artigo discute ainda se as traduções amadoras, que costumam ignorar os parâmetros profissionais da indústria, exigem do espectador um esforço cognitivo maior. Como conclusão, sugerimos três explicações para o comportamento não normativo por parte dos tradutores da Netflix: (1) o desconhecimento das normas restritivas de outros agentes da indústria de legendagem, pois, com o advento da Netflix, uma nova geração de tradutores entrou no mercado; (2) o fato de os assinantes do serviço de streaming terem voz ativa na produção e na pós-produção dos programas que consomem; (3) as diretrizes linguísticas menos normativas da Netflix de fato deram espaço a um maior grau de liberdade às soluções tradutórias. tradicionais Rádio Sociedade Comunicação Home Office Brasil Ramos Pinto 2010 HBO, (HBO 2001. 2001 . 2001) estão exemplo português notouse notou regras (Netflix 2023. 2023 2023) isso (2001 2023, , (2023) Toury, Toury (Toury 1978 amadoras conclusão 1 (1 pois 2 (2 pósprodução pós consomem 3 (3 tradutórias 201 200 202 (200 (2023 197 ( 20 (20 (202 19