Realizou-se um estudo comparativo entre a biologia de Dipetalogaster maximus Uhler infectada com a cepa Y de Trypanosoma cruzi Chagas e não infectada, para se conhecer a relação interespecífica existente entre o inseto e o protozoário, pelo estabelecimento e permanência da infecção durante o ciclo de vida do triatomíneo. Esses dados são fundamentais para a constituição de um banco de cepas de tripanosomas a serem preservados no inseto vetor. Os triatomíneos foram criados (28±1ºC, 70% de umidade relativa e fotofase de 12h) e separados em grupos de 60 insetos para cada experimento. Num grupo, ninfas de 1º estádio de D. maximus foram infectadas com a cepa Y de T. cruzi, com aproximadamente 2,2x10(5) tripanosomas, no 10º dia após eclosão, com a finalidade de esclarecer a relação interespecífica existente entre o inseto hospedeiro e o protozoário parasito. A duração média da incubação dos ovos de D. maximus que deram origem aos triatomíneos infectados foi de 29,5 dias, e de 30,0 dias para os não infectados. O ciclo evolutivo teve duração média de 201,1 e 204,8 dias, respectivamente, para machos não infectados e infectados pelo T. cruzi, e de 202,5 e 204,2 dias, para fêmeas não infectadas e infectadas, respectivamente. A fecundidade média foi de 217,4 e 231,0 ovos, respectivamente, para fêmeas infectadas e não infectadas. A fertilidade média foi de 60,4% para fêmeas infectadas e de 66,3% para as não infectadas. O número médio de ovos por postura foi de 2,9 para fêmeas infectadas e de 2,7 para as não infectadas. A quantidade média de sangue necessária a D. maximus para completar o ciclo evolutivo foi de 4.970,4 e de 4.901,3 mg, respectivamente, para triatomíneos infectados e não infectados. A longevidade média de D. maximus foi de 513,5 e de 504,5 dias, respectivamente, para machos e fêmeas não infectados, e de 489,8 e 462,9 dias, respectivamente, para machos e fêmeas infectados. A interação biológica entre o D. maximus e o T. cruzi foi harmônica durante todo o ciclo de vida do triatomíneo.
A comparative study was done between Dipetalogaster maximus Uhler infected with strain Y of Trypanosoma cruzi Chagas and uninfected, in order to know the interspecific relationship between the host insect and the protozoan parasite, by the establishment and remaining of the infection during the triatomine life cycle. This information is essential in constitution of trypanosomes strains banks, to be preserved in vector insect. The triatomines were bred (28±1ºC, 70% of relative humidity with photophase of 12h) and separated in groups of 60 insects for each experiment. In one group, 1st instar nymphs of D. maximus were infected with Y strain of T. cruzi, with approximately 2,2x10(5) trypanosomes, on the 10th day after hatch. Medium period for nymphal development including 30 days for incubation of eggs was 201.1 and 204.8 days for uninfected and infected males and 202.5 and 204.2 days for uninfected and infected females. Medium fecundity was 217.4 and 231.0 eggs for uninfected and infected females. Medium fertility was 60.4% for infected females and 66.3% for uninfected females. Medium number of eggs per oviposition was 2.9 eggs for infected females and 2.7 eggs for uninfected. Medium amount of blood ingested to accomplish nymphal development of D. maximus was 4970.4 and 4901.3 mg for infected and uninfected insects. Medium longevity was 513.5 and 504.5 days for uninfected males and females and 489.8 and 463.0 days for infected males and females. The interspecific relationship between D. maximus and T. cruzi was harmonic during the insect life cycle.