Resumo Objetivo: O trauma ortopédico é relevante na sociedade moderna devido à incidência e ao seu impacto na saúde e nas interações sociais. As preocupações incluem o risco de sequelas permanentes afetando o desenvolvimento individual e causando estigma social. Fraturas, embora não sejam as lesões mais letais, podem resultar em incapacidade física variável, alguns estudos mostram que cerca de 30% das crianças experimentam fraturas até a maturidade esquelética, principalmente devido a traumas de baixa energia. Esse estudo tem como objetivo identificar o padrão de fraturas do esqueleto imaturo de um hospital público de nível terciário. Métodos: Foram analisados indivíduos com fraturas do sistema locomotor, imaturos esqueleticamente, tratados em uma unidade de emergência de nível terciário entre janeiro de 2016 a janeiro de 2020. Os dados coletados incluíram características sociais, do evento traumático e da fratura; grupos etários infantil, pré-escolar, escolar, adolescente; energia do trauma classificada como baixa, moderada ou alta. Resultados: 926 casos foram registrados em 505 pacientes, com predominância de homens. Os ossos mais afetados foram o rádio (29,5%), úmero (24,2%) e ulna (15,8%). A metáfise foi o local mais comum (46,7%), seguido pela diáfise (33,2%). Quedas representaram a maior parte (64,7%), sendo a maioria consideradas traumas de baixa energia. Trauma de alta energia, como acidentes com pedestres e acidentes de carro, representaram 13,7%, e destes, 54,2% foram politraumatizados. Conclusão: As fraturas do antebraço persistem como as mais comuns, particularmente no terço distal do rádio, com os homens estando mais expostos. Consideramos que a sazonalidade climática e os traços culturais, como a prática de futebol, têm pouco impacto na epidemiologia das fraturas. Os resultados obtidos nesta investigação se assemelham aos obtidos pela literatura internacional. Nível de Evidência III; Estudo de Coorte Retrospectivo.
Abstract Objective: Orthopedic trauma is significant in modern society due to its incidence and its impact on healthcare and social interactions. Concerns include the risk of permanent sequelae affecting individual development and causing social stigma. Fractures, while not the most lethal lesion, may result in physical variable disability; publications show that about 30% of children experience fractures by skeletal maturity, primarily from low-energy trauma. This study aims to identify the fracture patterns in the immature skeleton at a tertiary-level public hospital. Methods: Individuals with skeletally immature fractures of the locomotor system, treated at a tertiary-level emergency unit from January 2016 to January 2020, were included. Data collected included social characteristics, trauma origin, fracture descriptors, and treatment modality. Age groups: infant, preschool, school-age, adolescent. Trauma energy is classified as low, moderate, or high. Results: A total of 926 cases were recorded in 505 patients, with a predominance of males. The most affected bones were the radius (29.5%), humerus (24.2%), and ulna (15.8%). The metaphysis was the most common location (46.7%), followed by the diaphysis (33.2%). Falls accounted for the largest portion, at 64.7%, with the majority (364) being low-energy trauma. High-energy trauma, such as pedestrian accidents and car accidents, represented 13.7%, and of these, 54.2% were polytraumatized. Conclusion: Fractures of the forearm persist as the most common, particularly at the distal third of the radius, with males being more exposed. Climatic seasonality and cultural traits such as soccer practice have little impact on the epidemiology of fractures. The results obtained in this investigation resemble those obtained by international literature. Level of Evidence III; Retrospective Cohort Study.