A recuperação imunológica reflete condições de saúde. Nosso objetivo foi estimar o tempo até a recuperação imunológica e fatores associados em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) após de iniciar a terapia antirretroviral (TARV). Foi conduzida uma coorte histórica de PVHIV (> 18 anos) no Estado de Minas Gerais, Brasil, usando bancos de serviços públicos de saúde. Foram incluídos pacientes que iniciaram a TARV entre 2009 e 2018, com linfócitos T-CD4+ e carga viral registrados antes e depois do início da TARV. O desfecho foi a recuperação imunológica, definida como a primeira contagem de T-CD4+ > 500 cel/µL após o início da TARV. As variáveis explanatórias foram idade, sexo, local de residência, ano de início de TARV, carga viral basal, T-CD4+ na linha de base e carga viral e adesão à TARV no seguimento. Foi realizada uma análise descritiva com estimativa de incidência acumulada e taxa de incidência (pessoa-ano). O tempo mediano até a recuperação imunológica foi estimado pelo método Kaplan-Meier. Fatores associados à recuperação imune foram avaliados por meio de regressão de Cox. Entre as 26.430 PVHIV, 8.014 (30%) foram elegíveis. A maioria era do sexo masculino (67%), com média de idade = 38,7 anos, residência em regiões fora da região metropolitana, mediana de T-CD4+ baseline = 228 células/µL (< 200 células/µL = 43%) e mediana de carga viral baseline = 4,7 log10 cópias/mL (carga viral detectável = 99%). Tempo de seguimento = 15.872 pessoas-ano. A incidência acumulativa e a taxa de incidência foram foram 58% (IC95%: 57-58) (n = 4.678) e 29,47 casos/100 pessoas-ano, respectivamente. Tempo mediano até recuperação imune = 22,8 meses (IC95%: 21,9-24,0). Os fatores independentemente associados com recuperação imunológica foram sexo feminino, idade < 38 anos, T-CD4+ basal > 200 células/µL, carga viral detectável (linha de base), adesão à TARV e carga viral indetectável (no seguimento). O tempo até a recuperação imunológica ainda é longo e impactado pelo tratamento precoce e da adesão à TARV.
Immune recovery reflects health conditions. Our goal was to estimate the time it takes to achieve immune recovery and its associated factors, in people living with HIV (PLHIV), after antiretroviral therapy (ART) initiation. A historical cohort study was performed among PLHIV (> 18 years-old) in Minas Gerais State, Brazil, using data from healthcare databases. Patients initiating ART between 2009-2018, with T-CD4+ lymphocytes and viral load recorded before and after antiretroviral therapy were included. The outcome is achievement of immune recovery, defined as the first T-CD4+ > 500 cells/µL after ART initiation. Explanatory variables were age, gender, place of residence, year of ART initiation, baseline viral load and T-CD4+, viral load status, and adherence to ART at follow-up. Descriptive analysis, cumulative, and person-time incidences of immune recovery were estimated. Median-time to immune recovery was estimated using Kaplan-Meier method. Factors associated with immune recovery were assessed by Cox regression. Among 26,430 PLHIV, 8,014 (30%) were eligible. Most were male (67%), mean age 38.7 years, resided in non-central region, median-baseline T-CD4+ = 228 cells/µL (< 200 cells/µL = 43%) and viral load median-baseline = 4.7 log10 copies/mL (detectable viral load = 99%). Follow-up time = 15,872 person-years. Cumulative and incidence rate were 58% (95%CI: 57-58) (n = 4,678) and 29.47 cases/100 person-years, respectively. Median-time to immune recovery was of 22.8 months (95%CI: 21.9-24.0). Women living with HIV, younger than 38 years of age, with T-CD4+ baseline > 200 cells/µL, detectable viral load (baseline), antiretroviral therapy-adherence and undetectable viral load (follow-up) were independently associated with immune recovery. Time to immune recovery remains long and depends on early treatment and antiretroviral therapy-adherence.
La recuperación inmunológica refleja condiciones de salud. Nuestra meta fue estimar el tiempo y los factores asociados a la recuperación inmunológica en personas que viven con VIH (PVVIH), tras iniciar una terapia antirretroviral (TAR). Se realizó sobre una cohorte histórica entre PVVIH (> 18 años de edad) en Minas Gerais, Brasil, usando datos de las bases de datos del sistema de salud. Se incluyeron a pacientes que comenzaron una TAR entre 2009-2018, con T-CD4+ linfocitos y carga viral, registrada antes/después de TAR. El resultado fue el logro de recuperación inmunológica, definida como la primera T-CD4+ > 500 células/µL tras la iniciación TAR. Las variables explicatorias fueron: edad, género, lugar de residencia, año de iniciación TAR, base de referencia de carga viral, base de referencia de T-CD4+ y estatus de la carga viral y adherencia al TAR en el seguimiento. Se estimó: análisis descriptivo, acumulativo e incidencias persona-tiempo de recuperación inmunológica. La media de tiempo para la recuperación inmunológica se estimó usando el método Kaplan-Meier. Los factores asociados con la recuperación inmunológica se evaluaron mediante la regresión de Cox. Entre las 26.430 PVVIH, 8.014 (30%) fueron elegibles. La mayoría eran hombres (67%), media de edad = 38,7 años, residentes en una región no central, media de base de referencia T-CD4+ = 228 células/µL (< 200 células/µL = 43%) y carga viral media de base de referencia = 4,7 log10 copias/mL (carga viral detectable = 99%). El tiempo de seguimiento = 15.872 persona-años. La tasa acumulativa y de incidencia fue 58% (95%CI: 57-58) (n = 4.678) y 29,47 casos/100 persona-años, respectivamente. El tiempo de media para la recuperación inmunológica = 22,8 meses (95%CI: 21,9-24,0). Género femenino, PVVIH < 38 años de edad, T-CD4+ base de referencia > 200 células/µL, carga viral detectable (base de referencia), adherencia al TAR e carga viral indetectable (seguimiento) estuvieron independientemente asociadas con la recuperación inmunológica. El tiempo para la recuperación inmunológica sigue siendo largo y depende de un tratamiento temprano y de adherencia a la TAR.