Avaliou-se o progresso de doenças fúngicas do mamoeiro e os efeitos dos fatores climáticos em três áreas experimentais: 1- área de produção de mamão conduzida no sistema convencional, que recebeu irrigação por gotejamento; 2- área de produção de mamão conduzida no sistema convencional, que recebeu irrigação por aspersão; 3- área de produção de mamão cultivada no sistema orgânico, com irrigação por microaspersão. Na área 1 foram avaliados três sistemas diferentes de condução: 1) sem a aplicação de fungicidas e sem sanitização das plantas (testemunha sem sanitização); 2) sem a aplicação de fungicidas e com sanitização das plantas (testemunha com sanitização); e 3) com a aplicação de fungicidas para o controle de doenças foliares e sem sanitização (padrão do produtor). Em cada sistema de condução foram demarcadas quatro parcelas (repetições) com 20 plantas, sendo 10 plantas consideradas úteis. Foram avaliadas a incidência e a severidade da mancha-de-ascoquita, pinta-preta e do oídio como doenças foliares. Nos frutos, após a colheita foram avaliadas as incidências da antracnose, mancha-chocolate e podridão-peduncular. As epidemias da mancha-de-ascoquita ocorrem em temperaturas variando de 15 ºC a 20 ºC; para a pinta-preta as condições favoráveis ao desenvolvimento de epidemias foi temperatura variando de 25 ºC a 30 ºC e umidade relativa variando de 80 % a 100 %, sendo o pico da intensidade da doença ocorre entre os meses de novembro a março. Para o oídio, a faixa de temperatura que favoreceu a doença foi 15 ºC a 20 ºC e umidade relativa de 60 a 70 %. Em relação às podridões que incidiram nos frutos, observou-se que não houve relação entre a incidência da podridão-peduncular e a precipitação pluvial acumulada, 15 dias antes da avaliação ou no período de desenvolvimento do fruto (r <0,21). A incidência da antracnose e da mancha-chocolate não se correlacionaram com as condições climáticas. Na área Santa Terezinha 10, a mancha-de-ascochyta foi constatada em todas as épocas de avaliação, tendo severidade máxima na data juliana 155 aos 250 dias e mínima dos 20 aos 80 dias; a pinta-preta progrediu na data 326 aos 70 dias com severidade máxima na data 336 dias, e o oidio progrediu em duas épocas distintas sendo uma na data 330 aos 80 dias e a outra na data 240 aos 320 dias com o máximo na data 240 a 250 dias. A incidência da podridão dos frutos em pós-colheita foi detectada no armazenamento, quando os frutos foram colhidos nas datas de 140 aos 320 dias, sendo alta até a data 220; a partir daí decresceu até a data 320. O tratamento padrão praticado pelo produtor diferiu significativamente dos tratamentos envolvendo práticas culturais com e sem sanitização, excetuando a podridão peduncular onde o tratamento padrão igualou-se ao tratamento com sanitização. Os tratamentos culturais com e sem sanitização não diferiram entre si. Comparando-se os tratamentos com sanitização e sem sanitização para podridão peduncular houve ganhos de 24 % e 9 %, para as datas julianas 170 e 210, respectivamente; para a antracnose houve ganhos de 13 % e 55 %, para as datas julianas 160 e 230, respectivamente e para a mancha-chocolate 30 % e 9 %, para as datas julianas 170 e 210, respectivamente. O progresso das doenças nas áreas de plantio do curral e Bitchisner foram quase idênticos com relação à incidência de folhas doentes total; a severidade máxima da mancha-de-ascoquita atingiu 20 % na área do curral e 10 % na área Bitchisner, entre as datas 110 e 320. A pinta-preta foi muito severa na lavoura do curral e de baixa severidade na lavoura Bitchisner. O oidio foi detectado nas duas lavouras nas datas 230 aos 320, com maior severidade na lavoura do curral onde predomina a irrigação por aspersão. Obtêve-se severidade do Oidio máxima de 45 e 65 % nas lavouras do curral e Bitchisner, respectivamente. Em se tratando da podridão dos frutos do mamoeiro, a incidência foi maior nas plantas da localidade do curral do que Bitchisner devido ao método de irrigação por aspersão.
The effect of climatic conditions on progress of fungal diseases of papaya were evaluated in three experimental areas in Linhares, State of Espirito Santo, Brazil. First area was carried out using traditional system and was drip irrigated; second area was also carried out using traditional system, but it was overhead irrigated, and third area was carried out using organic system with micro spray. It was evaluated three different systems of cultural control in the first area: 1- papaya plants not sprayed with fungicides with any leaf removal (check treatment without sanitation); 2- papaya plants not sprayed with fungicides with leaf removal (check treatment with leaf removal), and 3- papaya plants sprayed with fungicides without leaf removal (grower treatment). Each system received four plots with 20 plants. Evaluation was done in 10 plants in the center of plots. Incidence and severity of Ascochyta leaf spot, black spot and powdery mildew were evaluated on leaves. It was evaluated the incidence and stem end rot of fruits. Epidemics of Ascochyta leaf spot are favoured by temperatures ranging from 15 ºC to 20 ºC. Epidemic of black spot occurred when temperature ranged from 25 ºC to 30 ºC with relative humidity ranging from 80 to 100%, from november to march. Powdery mildew development was favored by temperatures from 15 ºC to 20 ºC and relative humidity from 60 % to 70%. It was not observed any relation between incidence of stem end rot of papaya and acumulated rain 15 days before the evaluation (r less than 0.21). Incidence of fruit rot diseases caused by anthracnose and chocolate spot did not correlate with weather conditions. Ascochyta leaf spot was detected in all the evaluation data with maximum severity from the juliana date 155 to 250 and minimum from 20 to 80; the black spot increased from date juliana 326 to 70 with maximum disease severity on the date 336; powdery mildew increased in two distinct times: one from the date 330 to 80 and another form the date 240 to 320 with maximum severity on the date from 240 to 250. Fruit rot was detected in stored papaya when they were harvested on the dates from 140 to 320. The pattern treatment employed by the growers differed significantly from the treatments involving cultural practices such as sanitization and no sanitization, with the exception for stem end rot, where the grower pattern treatment did not differ from the treatment with sanitization. The cultural treatments with sanitization did not differ from the treatment without sanitization. However for stem end rot, treatment with sanitization increased 24 % and 9 % the number of commercial fruits for the juliana dates 170 and 210, respectively over the treatment without sanitization; for anthracnose, 13 % and 55 %, for the juliana dates 160 and 230, respectively and for the chocolate fruit spot 30 % and 9 %, for the juliana dates 170 e 210, respectively. Total diseased progess curves in the areas called curral and Bitchisner were almost identical; the maximum severity of Ascochyta leaf spot was 20 % in the curral and 10 % in Bitchisner, from the dates 110 e 320. Black spot was more severe in the curral than in Bitchisner. Powdery mildew was detected on the plants from curral and Bitchisner from dates 230 aos 320 with higher severity on the plants of curral where the plants are irrigated with central pivot. Maximum disease severity of 45 and 65 % were detected on papaya areas from curral and Bitchisner, respectively. The incidence of papaya black spot was higher on the curral area than on the plants form Bitchisner due to the method of irrigation.