Este artigo pretende revisitar a crítica formulada por Caillé, na década de 1980, à Teoria da Prática de Bourdieu, mas que, ainda hoje, é reafirmada. A partir do questionamento se a teoria bourdieuana é ou não utilitarista, pretende-se pôr em diálogo Alain Caillé e Pierre Bourdieu tendo como base alguns de seus escritos. Caillé considera Bourdieu como um pensador que não rompe com a teoria utilitarista. Em contrapartida, ele propõe uma perspectiva que pretende ser anti-utilitarista, tendo como base o pensamento de Marcel Mauss e a categoria da dádiva. A releitura dos textos de Bourdieu buscando contra-argumentos à colocação de Caillé, permite destacar aspectos da Teoria da Prática pouco explorados e, assim, contribuir para a compreensão do tema. Além disso, possibilita a reflexão sobre a complexidade do encontro de dois campos do saber: de um lado Bourdieu, como representante da sociologia, e, de outro, Caillé, como representante da economia. Por fim, torna possível também pensar, de forma indireta, as proximidades e distâncias de duas referências das Ciências Sociais: Bourdieu e Mauss.
This article intends to revisit the critic made by Caillé on the 1980's, to Bourdieu's Theory of Practice, which is still reaffirmed nowadays. From questioning if Bourdieu's theory is utilitarian or not, it is intended to set a dialogue between Alain Caillé and Pierre Bourdieu, having as basis some of their writings. Caillé considers Bourdieu a thinker who doesn't break off with the utilitarian theory. On the other side, he comes up with a perspective that intends to be antiutilitarian, having as basis the thought of Marcel Mauss and the category of "gift". The rereading of Bourdieu's writings in which he is seeking counter-arguments to Caillé's statement, permits to point out some Theory of Practice's aspects that are still under-explored and, in this way, to contribute to the comprehension of the subject. Beyond that, it enables the reflection about the complexity of the encounter of two fields of knowledge: on one side it is Bourdieu, as an exponent of Sociology, and, on the other side it is Caillé, as an exponent of Economy. At last, it makes also possible to think indirectly the closeness and distance between two Social Sciences' references: Bourdieu and Mauss.
Este artículo pretende revisar la crítica formulada por Caillé, en la década de 1980, a la teoría de la práctica de Bourdieu, pero que, todavía hoy, es reafirmada. A partir del cuestionamiento si la teoría bourdieana es o no utilitarista, se pretende poner en diálogo a Alain Caillé y Pierre Bourdieu teniendo como base algunos de sus escritos. Caillé considera a Bourdieu como un pensador que no rompe con la teoría utilitarista. En contrapartida, él propone una perspectiva que pretende ser anti-utilitarista, teniendo como base el pensamiento de Marcel Mauss y la categoría de la dádiva. La relectura de los textos de Bourdieu buscando contra-argumentos a la postura de Caillé, permite destacar aspectos de la Teoría de la Práctica poco explorados y, así, contribuir para la comprensión del tema. Además de eso, posibilita la reflexión sobre la complejidad del encuentro de dos campos del saber: de un lado Bourdieu, como representante de la sociología, y, de otro, Caillé, como representante de la economía. Finalmente, también es posible pensar, de forma indirecta, las proximidades y distancias de dos referentes de las Ciencias Sociales: Bourdieu y Mauss.