ABSTRACT Introduction: Although most individuals recover after acute infection by SARS-CoV-2, others may suffer from persistent symptoms with potential medium and long-term consequences on the performance of activities and participation, with possible implications for their fitness for work. Objective: To analyze the persistence of symptoms twelve months after SARS-CoV-2 infection, and the perception of the performance level in activities and participation in life situations, of workers in a company of the industrial sector in the Aveiro Region. Methodology: An observational study, developed in an Occupational Health Service of an industrial company in the region of Aveiro, including workers with positive SARS-COV-2 RT-PCR/TRAg test, between October/2020-January/2022. After signaling the infection, the Occupational Health Team applied a questionnaire collecting sociodemographic variables, a list of common symptoms during the acute phase of infection by SARS-COV-2, and the perceived functionality assessed by the Portuguese version of WHODAS 2.0-PT12 (where '12 points' means the most functionality). At twelve months, they filled out another list of persistent symptoms after SARS-CoV-2 infection and again WHODAS 2.0-PT12. Data analysis included descriptive statistics and univariate and multivariate linear regression. The analysis was conducted with the software JASP 0.16.3. Results: Eighty-five workers were infected with SARS-CoV-2, with a mean age of 36.1± 9.8years, 77.7% were male, 36.7% had higher education and 17.7% reported at least one chronic condition. At twelve months, thirty workers (35.3%) reported persistent symptoms, with fatigue (27.7%) and arthralgia (14.4%) being the most mentioned. The mean WHODAS 2.0 in the two evaluation moments was 19.2±8.0 vs 15.7±5.0. Significant associations between WHODAS 2.0 items and persistent symptoms of fatigue, headache, cough, myalgia, arthralgia, and previous chronic disease were found. Conclusions: Persistent symptoms twelve months after acute SARS-CoV-2 infection have repercussions on workers' self-perception of performance in some activities and participation in life situations. The occupational health team can implement continuous surveillance of the infected worker's health, assess the presence of persistent symptoms of this infection, and implement an individualized rehabilitation program, which minimizes the impact of the persistence of symptoms on their work performance, and in activities and participation in life situations.
RESUMO Introdução: Embora a maioria dos indivíduos recupere após a infeção aguda por SARS-CoV-2, outros podem apresentar sintomas persistentes com potenciais consequências a médio e longo prazo no desempenho de atividades e participação, com eventuais implicações na sua aptidão para o trabalho. Objetivo: Analisar a persistência de sintomas aos doze meses após infeção por SARS-CoV-2 e perceção do nível de desempenho em atividades e participação em situações de vida de trabalhadores do setor industrial numa empresa da Região de Aveiro. Metodologia: Estudo observacional, desenvolvido num Serviço de Saúde Ocupacional de uma empresa industrial da região de Aveiro, incluindo trabalhadores com teste SARS-COV-2 RT-PCR/TRAg positivo, entre outubro/2020-janeiro/2022. Após sinalização da infeção, a Equipa de Saúde Ocupacional aplicou um questionário recolhendo as variáveis sociodemográficas, uma lista de sintomas comuns durante a fase aguda da infeção por SARS-COV-2 e a funcionalidade percebida avaliada pela versão portuguesa da WHODAS 2.0-PT12 (onde '12 pontos' significa a maior funcionalidade). Aos doze meses, preencheram outra lista de sintomas persistentes após a infeção por SARS-CoV-2 e novamente a WHODAS 2.0-PT12. A análise dos dados incluiu estatística descritiva e regressão logística univariada e multivariada. A condução da análise foi realizada com o software JASP 0,16.3. Resultados: Oitenta e cinco trabalhadores encontravam-se infetados com SARS-CoV-2, com idade média de 36,1±9,8anos, 77,7% eram do sexo masculino, 36,7% possuíam escolaridade superior e 17,7% relataram pelo menos uma condição crónica. Aos doze meses, trinta trabalhadores (35,3%) relataram sintomas persistentes, sendo a fadiga (27,7%) e artralgia (14,4%) os mais mencionados. A média da WHODAS 2.0 nos dois momentos de avaliação foi 19,2±8,0 vs 15,7±5,0. Foram encontradas associações significativas entre os itens da WHODAS 2.0 e os sintomas persistentes fadiga, cefaleia, tosse, mialgia, artralgia e doença crónica prévia. Conclusões: Os sintomas persistentes doze meses após a infeção aguda por SARS-CoV-2 têm repercussão na autoperceção do desempenho em algumas atividades e participação em situações de vida dos trabalhadores. A equipa de saúde ocupacional deve realizar a vigilância contínua da saúde do trabalhador infetado, avaliando a presença de sintomas persistentes desta infeção e poderá implementar um programa de intervenção individualizado, que minimize o impacto da persistência dos sintomas no seu desempenho laboral, assim como, em atividades e participação em situações de vida.