Resumen En este trabajo, propongo explorar el concepto de “oscuridad” (darkness) y su relación con la creciente criminalización, clandestinidad e invisibilidad de la fuerza de trabajo informalizada en el Sur de Europa. Tomando por caso el contexto español, y centrando la atención en dos tipos de trabajo de facto informalizados, altamente feminizados, migrantes y racializados (trabajadoras sexuales y empleadas del hogar) propongo explorar cómo las estrategias públicas de gobierno (discurso y políticas públicas) de las últimas tres décadas utilizan una retórica basada en la oscuridad para criminalizar, re-estigmatizar y “poner en la sombra” a este cuerpo de trabajo informalizado nocturno. Aspirando a acercar el vínculo entre oscuridad, informalidad, migración y estudios feministas, concluyo que las geografías morales de las ciudades españolas procuran desplazar las actividades informales nocturnas hacia espacios crecientemente invisibles y clandestinos, moralizando sobre las mismas en el espacio público, pero permitiendo, tolerando o incluso favoreciendo su reproducción en espacios privados.
Resumo Neste documento, proponho-me explorar o conceito de “escuridão” e a sua relação com as estratégias de crescente criminalização, clandestinização e invisibilidadedo trabalho informal na Europa do Sul. Tomando o contexto espanhol como um caso, e centrando-me em dois tipos de trabalho de facto informal, altamente feminizado, migrante e racializado (trabalhadoras do sexo e trabalhadoras domésticas), proponho-me explorar como as estratégias públicas do governança (discurso e políticas públicas) das últimas três décadas utilizam uma retórica baseada na obscuridade para criminalizar, reestigmatizar e “pôr na sombra” este corpo de trabalho noturno informalizado. Com o objectivo de aproximar a ligação entre a escuridão, a migração, a informalidade e os estudos feministas, concluo que as geografias morais das cidades espanholas procuram deslocar as actividades nocturnas informais para espaços cada vez mais invisíveis e clandestinos, moralizando-as no espaço público, mas permitendo, tolerando ou mesmo favorecendo a sua reprodução em espaços privados.
Abstract In this paper, I propose to explore the concept of darkness and its relation to the increased criminalisation, clandestinisation and invisibility of informalised workers in Southern Europe. Taking the Spanish context as a case, and focusing on two types of de facto informalised, highly feminised, migrant and racialised labour (sex workers and domestic employees), I propose to explore how public governance (discourse and public policy) of the last three decades use a rhetoric based on darkness aimed to criminalise, re-stigmatise and “put in the shadows” these informalised night workers. Aiming to construct closer engagements between debates around darkness, informality, migration and feminist studies, I conclude that the moral geographies of Spanish cities seek to displace informal nocturnal activities towards increasingly invisible and clandestine spaces, moralising about them in public space, but permitting, tolerating or even favouring their reproduction in private spaces.