Resumo Este ensaio reflete sobre o ensino do conceito Bobath junto aos estudantes de graduação de terapia ocupacional da Universidade de São Paulo considerando as premissas da filosofia de Espinosa, que compreende o corpo como relacional, e suas interrelações com as intervenções terapêuticas ocupacionais. Essa filosofia é utilizada como ferramenta para analisar as experiências de ensino do conceito Bobath discutidas no ensaio. São analisados aspectos relacionados ao corpo compreendido como máquina, mecânico, orgânico, entre outras adjetivações, como preconizado nas premissas cartesianas, que fundamentam as práticas biomédicas modernas no campo da saúde e em outras áreas. Em seguida, o conceito de corpo relacional na filosofia de Espinosa é apresentado em suas interrelações com a terapia ocupacional como uma alternativa ao modelo biomédico. Para tanto, há que considerar o conceito de desejo - que não é falta, mas presença - como proposto por Espinosa, que lembra que ele é a origem da ação na relação com outros corpos. Por fim, a experiência do ensino do conceito Bobath é analisada sob a perspectiva de Espinosa. As aulas que abordam tais conteúdos são práticas, sem anotações, dialogadas, com experimentações corporais e simulações e ensinam os procedimentos. A memória corporal é priorizada no processo de ensino-aprendizagem. São apontados os limites de todas as técnicas corporais, que são recursos, não a totalidade das intervenções terapêuticas ocupacionais. Faz-se necessário ensinar o conceito Bobath e democratizá-lo para que seja amplamente utilizado em diferentes serviços da rede pública de saúde. ocupacionais máquina mecânico orgânico adjetivações cartesianas áreas seguida biomédico tanto falta corpos fim anotações dialogadas procedimentos ensinoaprendizagem. ensinoaprendizagem aprendizagem. aprendizagem ensino-aprendizagem recursos Fazse Faz se democratizálo democratizá lo
Abstract This essay reflects on the teaching of the Bobath concept to occupational therapy undergraduate students at the College of Medicine of the University of São Paulo (FMUSP) considering the premises of Spinoza’s philosophy, which understands the body as relational, and its interrelationships with occupational-therapeutic interventions. Spinoza’s philosophy is used as a tool to critically analyze the experiences of teaching the Bobath concept discussed in the essay. Aspects related to the body—understood as a machine, mechanic, organic, among other adjectives, as advocated by the Cartesian assumptions, which underlie modern biomedical practices in the field of health and other areas—are analyzed. Next, the concept of relational body in Spinoza’s philosophy is presented in its interrelations with occupational therapy practice as an alternative to the biomedical model. To this end, it is necessary to consider the concept of desire, which does not refer to absence, but to presence, as proposed by Spinoza, who recalls that desire is the origin of action in relation to other bodies. Finally, the experience of teaching the Bobath concept under Spinoza’s perspective is analyzed. Classes that address such content are practical, without notes, dialogued, with body experiments and simulations, and procedures are taught. Body memory is prioritized in the teaching-learning process. The limits of all body techniques, which are just resources, not the totality of occupational-therapeutic interventions, are pointed out. The Bobath concept should be taught and democratized so that it can be widely used in different public health services. FMUSP (FMUSP Spinozas Spinoza s occupationaltherapeutic therapeutic interventions bodyunderstood understood machine mechanic organic adjectives assumptions areasare areas analyzed Next model end absence presence bodies Finally practical notes dialogued simulations teachinglearning learning process techniques resources out services