Resumo O que pensam os grupos sociais mais endinheirados acerca do pagamento de imposto? Qual é a visão desses grupos a respeito do papel do Estado? Como essas percepções diferem do desempenho fiscal do Estado chileno? Embora o Chile seja considerado um dos países com a maior capacidade estatal na América Latina, a sua política de impostos compartilha várias características com países de menor rendimento na região, a saber, a limitada redistribuição e a retrógrada estrutura tributária, apresentam uma deficiente habilidade no enfrentamento à desigualdade. Este artigo se baseia em uma apurada análise do rendimento do Estado, incluindo a comparação do Chile com o Uruguai e Portugal, bem como 32 entrevistas com membros da elite econômica chilena. Neste artigo analisaremos as percepções da elite econômica em relação aos impostos e o papel redistributivo do Estado, assim como as divergências entre a qualidade dos gastos do governo e as percepções desta elite. A desconfiança das elites nas ações do Estado leva à falta de vontade ou indisponibilidade para pagar impostos, os quais, em primeiro lugar, são observados mais como um custo do que um instrumento para a promoção da solidariedade ou cooperação social. Além disso, se bem os impostos são percebidos como muito elevados, a efetividade da taxação de impostos dos contribuintes de maiores ingressos está em paridade com a das classes de menor renda. Por um outro lado, ressaltamos a necessidade de analisar o desempenho fiscal, considerando tanto o gasto quanto a arrecadação -incluindo os mais opacos indicadores tais como as despesas fiscais-, e, repensando estratégias de comunicação para apresentar com maior clareza o desempenho do Estado.
Abstract What do the wealthiest groups in society think about tax payment? What is their view of the role of the state? How do these perceptions influence the ways in which the government collects taxes and provides social spending? This paper addresses these questions focusing on the case of Chile. Although Chile is considered one of the countries with the highest state capacity in Latin America, its tax policy shares several features with lower-performing countries in the region, such as limited redistribution and a regressive tax structure, showing little ability to tackle economic inequality. Based on extensive analysis of state performance that included a comparison with Uruguay and Portugal as well as 32 in-depth interviews with members of the Chilean economic elite, we show divergences between the quality of government spending and elite perceptions on this issue. Elites’ distrust of state action leads to unwillingness to pay taxes, which they see primarily as a cost rather than an instrument to promote solidarity or social cooperation. Taxes are also perceived as too high, though the effective tax rates of high-income taxpayers are on par with that of lower classes. We highlight the need to analyze fiscal performance, taking into account both spending and tax collection-including more opaque indicators such as tax expenditures-, and rethinking communication strategies to present state performance more clearly.
Resumen ¿Qué piensan los grupos de mayor ingreso en la sociedad sobre el pago de impuestos?¿Cuál es su visión sobre el rol del estado?¿Cómo inciden estas percepciones en las formas en que el gobierno recauda impuestos y ejecuta su gasto social? Este artículo aborda estas preguntas enfocándose en el caso de Chile. Aunque Chile es considerado uno de los países con mayor capacidad fiscal en América Latina, su política tributaria tiene en común diversas características con países con menor desempeño en la región, tales como una limitada redistribución y una estructura tributaria regresiva, lo cual le impide enfrentar decididamente la desigualdad económica. A partir de un extenso análisis del desempeño fiscal que incluye la comparación con Uruguay y Portugal, como también del análisis de 32 entrevistas a integrantes de la elite económica chilena, mostramos las divergencias entre la calidad del gasto público y las percepciones de la elite sobre este tema. La desconfianza de la élite a la acción estatal favorece la indisposición a pagar impuestos, los cuales son percibidos fundamentalmente como un costo más que como un instrumento para promover solidaridad o cooperación social. Los impuestos son también considerados muy altos, aunque las tasas efectivas de los contribuyentes de altos ingresos son similares a las que tributa la clase baja. También resaltamos la necesidad de analizar el desempeño fiscal teniendo en cuenta tanto el gasto como la recaudación -incluyendo indicadores más opacos como los gastos tributarios- y de repensar las estrategias de comunicación para presentar dicho desempeño más claramente.