Resumo Objetivou-se analisar tendências na ocorrência de prematuridade e identificar características maternas associadas. Em cinco estudos transversais, incluímos todas as 10.582 puérperas de Rio Grande, RS, que tiveram parto nos anos de 2007, 2010, 2013, 2016 e 2019. Um questionário foi aplicado em até 48 horas após o parto. A prevalência de prematuridade (< 37 semanas de gestação) foi apresentada de acordo com as características maternas e o ano do estudo. Observamos redução nos nascimentos prematuros, de 17,3% em 2007 para 15,5% em 2019 (-1,8 pontos percentuais (p.p.)). A redução mais expressiva foi observada entre as mulheres com parto no setor privado (-12,3 p.p.) e aquelas com diabetes gestacional (-10,3 p.p.). O risco de ter um nascimento prematuro foi significativamente maior para mulheres mais velhas, de cor da pele preta, com menor escolaridade, multíparas e com hipertensão, diabetes e depressão durante a gravidez. Entre 2007 e 2019, houve redução nos nascimentos prematuros na maioria dos grupos de risco identificados, exceto para mulheres com baixa escolaridade, depressão e diabetes. Apesar da ligeira redução da prematuridade ao longo do tempo, esse desfecho continua a aumentar em alguns grupos de risco.
Resumen El estudio tuvo como objetivo analizar tendencias en la ocurrencia de prematuridad e identificar características maternas asociadas. En cinco estudios transversales, incluimos a las 10.582 mujeres posparto de Rio Grande, RS, que dieron a luz en 2007, 2010, 2013, 2016 y 2019. Se administró un cuestionario dentro de las 48 horas posteriores al nacimiento. La prevalencia de prematuridad (< 37 semanas de gestación) se presentó según las características maternas y el año del estudio. Observamos una reducción de los nacimientos prematuros del 17,3% en 2007 al 15,5% en 2019 (-1,8 puntos porcentuales (p.p.)). La reducción más significativa se observó entre las mujeres que dieron a luz en el sector privado (-12,3 p.p.) y aquellas con diabetes gestacional (-10,3 p.p.). El riesgo de tener un parto prematuro fue significativamente mayor para las mujeres mayores, las de color de piel negra, las de menor nivel educativo, las multíparas y las que padecían hipertensión, diabetes y depresión durante el embarazo. Entre 2007 y 2019, hubo una reducción de los nacimientos prematuros en la mayoría de los grupos de riesgo identificados, excepto en mujeres con bajo nivel educativo, depresión y diabetes. A pesar de la ligera reducción de la prematuridad con el tiempo, este resultado continúa aumentando en algunos grupos de riesgo.
Abstract This study aimed to analyze trends in preterm birth in Southern Brazil, and to identify associated maternal characteristics with this outcome. In five cross-sectional surveys, we included all 10,582 puerperal women residing in Rio Grande who had a single birth at years 2007, 2010, 2013, 2016 and 2019. A questionnaire was applied up to 48 hours after delivery. The prevalence of preterm birth (< 37 weeks of gestation) was presented according to maternal characteristics and year of study. We observed a reduction in preterm births, from 17.3% in 2007 to 15.5% in 2019 (-1.8 percentage points (p.p.)). The most expressive reduction was observed among women who gave birth in the private sector (-12.3 p.p.) and those with gestational diabetes (-10.3 p.p.). The risk of having a preterm birth was significantly higher for older women, with black skin color, lower education, multiparous, and those with hypertension, diabetes, and depression during pregnancy. Between 2007 and 2019, there was a reduction in preterm births for most identified risk groups, except for women with low education, depression, and diabetes. Despite the slight reduction in the preterm birth rate over time, this outcome continues to grow in some risk groups.