Resumo A partir do conceito de pós-memória, de Marianne Hirsch, este artigo pretende analisar a maneira pela qual artistas brasileiros, pertencentes à geração de filhos dos exilados políticos das ditaduras latino-americanas, representaram suas vivências, suas memórias e as narrativas dos pais. Para tanto, selecionamos A chave de casa, de Tatiana Salem Levy (2007); Mar azul, de Paloma Vidal (2012); A resistência, de Julián Fuks (2015); Rio-Paris-Rio, de Luciana Hidalgo (2016); e o filme Deslembro, de Flávia Castro (2018). Num primeiro momento, serão abordadas as conexões entre intriga ficcional e memória familiar para, em seguida, analisar as estratégias narrativas de representação, muitas vezes indireta, dessa memória, buscando delinear o que seria uma estética pós-memorial brasileira. Finalmente, será tratada a representação do exílio, tanto como elemento transgeracional como cenário de uma perspectiva descentrada.
Abstract In this article I will explore Dominique Viart’s Based on the concept of post-memory, by Marianne Hirsch, this paper aims to analyze the way Brazilian artists, belonging to the generation of children of political exiles from Latin American dictatorships, represented their experiences, their memories and their parents’ narratives. To this end, we’ll approach Tatiana Salem Levy’s A chave de casa (2007), Paloma Vidal’s Mar Azul (2012), A Resistência, by Julián Fuks, (2015), Rio-Paris-Rio (2016), de Luciana Hidalgo, and the film Deslembro (2018), by Flávia Castro. At first, we will approach the connections between fictional intrigue and family memory, and then analyze the narrative strategies of representation of this often indirect memory, seeking to delineate what would be a Brazilian post-memorial aesthetic. Finally, we will examine the representation of exile as both a transgenerational element and a scenario from a decentralized perspective.
Resumen Basado en el concepto de posmemoria, de Marianne Hirsch, este artículo tiene como objetivo analizar la forma en que los artistas brasileños, pertenecientes a la generación de hijos de exiliados políticos de las dictaduras latinoamericanas, representaron sus experiencias, sus recuerdos y las narrativas de sus padres. Con este fin, abordaremos A chave de casa (2007), de Tatiana Salem Levy, Mar Azul, de Paloma Vidal (2012), A resistência, de Julián Fuks, (2015), Rio-Paris-Rio (2016), de Luciana Hidalgo, y la película Deslembro (2018), de Flávia Castro. Al principio, abordaremos las conexiones entre la intriga ficticia y la memoria familiar y luego analizaremos las estrategias narrativas de representación de esta memoria a menudo indirecta, buscando delinear lo que sería una estética posmemorial brasileña. Finalmente, nos interesará la representación del exilio como elemento transgeneracional y escenario desde una perspectiva descentralizada.