Resumen: Se trata de un artículo con el objetivo de reflexionar sobre el proceso de un estudio realizado con mujeres profesionales del sexo, señalando las reverberaciones y afectaciones de la investigación en la investigadora, a partir de una perspectiva epistemológica feminista. La investigación se propuso a escuchar tres mujeres profesionales del sexo, las cuales fueron entrevistadas en distintos espacios: un cabaret, un café y una sala comercial. A partir del análisis de los diarios de campo producidos a lo largo del recorrido metodológico y a fines de presentación de las inquietaciones producidas, se enumeraron categorías de análisis. La primera, intitulada “El doloroso proceso de la investigadora”, trata de las resonancias de la investigación en la investigadora, siendo las demás: “¿Cuánto pagas?”: dominación masculina; “No tiene a nadie que mire por ella, no valía nada…”: narrativas de resistencia; “¡Tu señora te está esperando!”: sobreposición de prejuicio y “Hay afecto, más allá del sexo”: identidad y reconocimiento como mujeres, relacionadas a las vivencias y narrativas de las (mujeres) entrevistadas. Como principales reflexiones, se evidencia que el prejuicio reproducido en los discursos machistas reverbera en la segregación de ser mujer y ser prostituta. Sin embargo, en la contramano de los discursos patriarcales, las narrativas de las entrevistas también revelan caminos de resistencia ante los desafíos sociales y culturales que la profesión establece. Se concluye que es necesario construir más espacios en que los discursos de las mujeres puedan resonar en el sentido de producir ciencia a partir de la potencia de las voces femeninas.
Abstract: This article aimed to reflect on the process of a research study conducted with women engaged in sex work, highlighting the reverberations and impacts of the investigation on the researcher from a feminist epistemological perspective. This article is the result of a research which sought to listen to three female sex workers who were interviewed in different settings: a brothel, a café, and a commercial facility. Based on the analysis of field diaries produced throughout the methodological journey, in an effort to present the raised concerns, categories of analysis were identified. The first one, called “The researcher’s (painful) journey”, addresses the reverberations of the research on the researcher, while “How much do you pay?” explores male domination, “She had no one by her side, she was a worthless whore...” examines narratives of resistance, “Your missus is waiting for you!” analyzes overlapping prejudices, and “There is affection, beyond sex” approaches identity and recognition as women, related to experiences and narratives of the interviewed participants. Key findings highlight that the prejudice reproduced in misogynistic discourses reverberates in the segregation of being both a woman and a sex worker. However, in contrast to patriarchal narratives, the narratives of the interviewees also reveal paths of resistance in response to social and cultural challenges imposed by the profession. To sum up, there is a need to create more spaces where women’s voices can resonate, thus enabling the production of science from the power of women’s voices.
Resumo: Este artigo teve o objetivo de refletir sobre o processo de uma pesquisa realizada com mulheres profissionais do sexo, sinalizando as reverberações e afetações da investigação na pesquisadora, a partir de uma perspectiva epistemológica feminista. A pesquisa que deu origem a este trabalho propôs-se a ouvir três mulheres profissionais do sexo, as quais foram entrevistadas em diferentes espaços: uma boate, um café e uma sala comercial. A partir da análise dos diários de campo produzidos ao longo do percurso metodológico e para fins de apresentação das inquietações produzidas, categorias de análise foram elencadas. A primeira, intitulada “O processo da pesquisa(dor)a”, aborda as ressonâncias da pesquisa na pesquisadora, sendo as demais: “Quanto tu paga?”: dominação masculina; “Ela não tinha ninguém por ela, não valia nada...”: narrativas de resistência; “A patroa tá te esperando!”: sobreposição de preconceito e “Tem afeto, além de sexo”: identidade e reconhecimento enquanto mulheres, relacionadas às vivências e narrativas das mulheres entrevistadas. Como principais reflexões, evidencia-se que o preconceito reproduzido nos discursos machistas reverbera na segregação de ser mulher e ser prostituta. Porém, na contramão dos discursos patriarcais, as narrativas das entrevistadas também revelam caminhos de resistência frente aos desafios sociais e culturais que a profissão estabelece. Conclui-se que é necessário construir mais espaços em que os discursos das mulheres possam ecoar no sentido de produzir ciência a partir da potência das vozes femininas.