Abstract Parenthood represents a relationship with two dimensions: on the one hand, the bond with a child and, on the other, the sharing of that child with another member (of the parental couple), not necessarily in an active married life. Family life promotes increasing autonomy in parental relationships, coexisting with the marital relationship. Parenting usually implies coparenting, joint responsibility for someone, son or daughter. This text addresses male parenting, based on the answers given by men/fathers, within the scope of the “PARENT” project, which allowed us to understand the changes caused by crises, in family life and in the procreative project of men and women, who reside in the country, in this case, in four different social and regional contexts. Faced with a drastic reduction in the fertility rate, it was possible to verify how the decision to have another child cannot be reduced to a “financial” issue but represents a choice where the support network and the relationship with the market are considered. work, co-parenting, and the corresponding sharing of tasks. As a parity relationship, parenthood should not be confused with maternity or paternity and implies a decentralized view of women, who, in general, are attributed the main responsibility for changes in fertility indicators. Looking at male parenthood allows us to identify other dimensions of this phenomenon, the significant decline of which has worried European countries, particularly Portugal. With this reflection, perhaps, we can look at the transformation of gender roles in another way, from a perspective of cooperation and co-responsibility, from an approach to the conditions that allow shared parenting. Considering the father’s place in parenting could mean a new design of family policies, even now, centered on a traditional view of parental roles, which values ??the caring woman/mother and the provider man/father.
Resumo A parentalidade representa uma relação com duas dimensões: por um lado o vínculo com um/a filho/a e, por outro, a partilha desse/a filho/a com outro elemento (do casal parental), não forçosamente numa vida conjugal ativa, uma vez que a vida familiar atual promove uma crescente autonomia das relações de parentalidade, coexistindo com o relacionamento conjugal. A parentalidade implica habitualmente coparentalidade, responsabilidade conjunta por alguém, filho ou filha. O presente texto aborda a parentalidade no masculino, partindo das respostas dadas por homens/pais, no âmbito da realização do projeto “PARENT”, o qual permitiu conhecer as mudanças provocadas pelas crises, na vida familiar e no projeto procriativo dos homens e mulheres, que residem no país, neste caso, em quatro contextos sociais e regionais diferentes no país. Face a uma redução drástica da taxa de fecundidade, foi possível verificar como a decisão de ter mais um filho, não pode ser reduzida a uma questão “financeira”, mas representa uma escolha onde se pondera a rede de suporte, a relação com o mercado de trabalho, a coparentalidade e a correspondente partilha de tarefas. Enquanto relação paritária, a parentalidade, não deve ser confundida com maternidade ou paternidade e implica um olhar descentrado da mulher, a quem, em geral, se atribui a principal responsabilidade pelas alterações dos indicadores de fecundidade. Olhar a parentalidade no masculino permite identificar outras dimensões nesse fenómeno, cuja baixa significativa tem preocupado os países europeus, particularmente Portugal. Com esta reflexão, porventura, podemos encarar a transformação dos papéis de género de outra forma, numa ótica de cooperação e corresponsabilização, ou seja, numa abordagem às condições que permitem uma parentalidade partilhada. Considerar o lugar do pai na parentalidade poderá significar um novo desenho das políticas de família, ainda agora centradas numa visão tradicional dos papéis parentais, que valoriza a mulher/mãe cuidadora e o homem/pai provedor.