Bacterial vaginosis (BV) is very prevalent and is the most common cause of vaginal discharge worldwide. It is a dysbiosis resulting from the replacement of hydrogen peroxide and lactic acid-producing lactobacilli by anaerobic bacteria in high concentrations, including Gardnerella vaginalis, Prevotella, Mobiluncus, Atopobium and other anaerobes. BV can be self-diagnosed when the patient presents the classic symptoms, or clinically and laboratory-based, following the Amsel criteria or by determining the Nugent score. The recommended treatments for BV are oral metronidazole, secnidazole and tinidazole, as well as vaginal metronidazole gel, clindamycin cream and Schinus terebinthifolia Raddi gel. The present study aimed to determine the ability of vaginal clindamycin cream, vaginal metronidazole gel and S. terebinthifolia Raddi vaginal gel to inhibit the growth or preserve the population of Lactobacillus gasseri ATCC 19992 microorganisms in vitro. The methodology used was perforation in plates, forming 6 mm wells, where the samples were inoculated. The plates were incubated for 48 hours at 30°C. After this period, by visual plates analysis, was observed that L. gasseri is resistant to S. terebinthifolia Raddi vaginal gel since no inhibition halo was observed. However, L. gasseri was moderately susceptible to Metronidazole vaginal gel and highly sensitive to Clindamycin vaginal cream. As lactobacilli, of which L. gasseri stands out, represent over 95% of the microorganisms 3/16 that inhabit the vaginal environment, maintaining the health of this microbiome, the action of Clindamycin and Metronidazole can lead to an imbalance in the vaginal microbiota, allowing relapses when these therapeutic agents are used to treat BV.
A vaginose bacteriana (VB) é muito prevalente e é a causa mais comum de corrimento vaginal em todo o mundo. Trata-se de uma disbiose resultante da substituição dos lactobacilos produtores de peróxido de hidrogênio e ácido lático por bactérias anaeróbicas em altas concentrações, incluindo Gardnerella vaginalis, Prevotella, Mobiluncus, Atopobium e outros anaeróbios. A VB pode ser autodiagnosticada, quando a paciente apresenta a sintomatologia clássica, ou clínica e laboratorialmente obedecendo aos critérios de Amsel ou pela determinação do escore de Nugent. Os tratamentos recomendados para a VB são o Metronidazol, o Secnidazol e o Tinidazol por via oral, bem como o metronidazol gel, a clindamicina creme e o gel de S. terebinthifolia Raddi por via vaginal. O presente estudo teve por objetivo determinar a capacidade da Clindamicina creme vaginal, do Metronidazol gel vaginal e do S. terebinthifolia Raddi gel vaginal em inibir o crescimento ou preservar a população dos microrganismos Lactobacillus gasseri ATCC 19992 in vitro. A metodologia utilizada foi de perfuração em placa, formando poços de 6mm, onde as amostras foram inoculadas. As placas foram incubadas por 48 horas à temperatura de 30°C. A análise visual das placas, após o período de incubação, evidenciou que L. gasseri é resistente ao gel vaginal de S. terenbithifolia Raddi gel, uma vez que não foi observado qualquer halo de inibição. Contudo, L. gasseri foi moderadamente susceptível ao gel vaginal de Metronidazol e altamente sensível ao creme vaginal de Clindamicina. Como os lactobacilos, dos quais se destaca L. gasseri, representam acima de 95% dos microrganismos que habitam o meio vaginal, mantendo a higidez desse microbioma, a ação da Clindamicina e do Metronidazol pode levar ao desequilíbrio da microbiota vaginal, permitindo as recidivas quando esses agentes terapêuticos são usados para o tratamento da VB.