JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: As diferentes técnicas de oxigenação existentes têm o objetivo de produzir desnitrogenização prévia ao período de apnéia durante a indução. A principal razão em que a concentração inspirada de oxigênio (CIO2) não atinge 100% é a falta de acoplamento adequado da máscara facial, permitindo a entrada de ar ambiente. Embora os anestesiologistas conheçam este princípio, nem todos o aplicam corretamente, facilitando a entrada de ar no fluxo de gases frescos (FGF) e, conseqüentemente, diluindo a CIO2. Este estudo procurou avaliar comparativamente, através da variação da CEO2, (concentração expirada de O2), a eficácia da técnica de oxigenação com máscara facial, nas condições habitualmente empregadas pelos anestesiologistas, simulando situações de vazamentos progressivos. MÉTODO: Foram estudadas as CEO2 de 15 voluntários, estado físico ASA I, submetidos à técnica de oxigenação com oito respirações profundas (capacidade vital) em 60s com fluxo de gás fresco de 10 L.min-¹. A máscara facial foi bem acoplada com CIO2 de 100% (Ac100), ou variando de 50% a 90% (Ac50; Ac60; Ac70; Ac80; Ac90); máscara acoplada pela gravidade e CIO(2)100% (Grav) e máscara a 1 cm da face e CIO2 a 100% (Afast). A CEO2 foi registrada em intervalos de 10s até 60s. Nos testes estatísticos p < 0,05 foi considerado significativo. RESULTADOS: A CEO2 aumentou em todos os grupos (p < 0,001), mas somente o grupo Ac100 atingiu valores próximos do ideal (82,20 - 87). Comparando-se as CEO2 atingidas no final de 60s, observou-se diferença estatística significativa entre as técnicas Ac100 e Grav (82,20 e 65,87), mostrando que a utilização da máscara acoplada apenas pela gravidade não produziu oxigenação adequada. Não houve diferença significativa entre os grupos Grav e Ac70 (65,87 e 62,67) em todos momentos estudados, sugerindo que a técnica do acoplamento pela gravidade simula aos 60s, uma CIO2 de 70%. A CEO2 média do grupo Afast atingiu valor de 47,20, que mostra que essa técnica pode ser associada a risco inaceitável de hipoxemia. CONCLUSÕES: Houve aumento progressivo da CEO2 em todos os grupos estudados, embora com redução da eficácia da técnica de oxigenação devida às várias situações de não acoplamento adequado. Este estudo mostrou, assim, a importância da atenção ao momento da oxigenação, utilizando-se a máscara bem acoplada, eliminando-se as condutas habituais de máscara afastada ou acoplada pela gravidade.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Different oxygenation techniques aim at promoting denitrogenation before apnea during induction. The main reason why CIO2 = 100% cannot be reached is the lack of adequate face mask coupling, allowing the entry of room air. Although anesthesiologists know this principle, not all of them apply it correctly, facilitating the entry of air in fresh gases flow and consequently diluting CIO2. This prospective study was performed to comparatively evaluate, through the variation of oxygen expired concentration (CEO2), the efficacy of the oxygenation technique via face mask in the conditions routinely used by anesthesiologists, simulating situations of progressive leaks. METHODS: Oxygen end-tidal concentrations of 15 volunteers, physical status ASA I, were studied with 8 deep breaths (vital capacity) in 60 s with fresh gas flow of 10 L.min-1. The face mask was: tightly fitted with 100% CIO2 (Tf100) or varying from 50% to 90%, (Tf50, Tf60, Tf70, Tf80, Tf90); gravity-coupled to face and 100% CIO2 (Grav) and moved 1 cm away from face with 100% CIO2 (Aw). CEO2 was recorded at 10 s intervals. P < 0.05 was considered statistically significant. RESULTS: CEO2 has increased for all groups (p < 0.001), but only Tf100 reached values close to ideal (82.20 - 87). Comparing mean CEO2 of Grav and Tf100 at the end of 60s, (82.20 and 65.87) there was a difference of approximately 20% between both techniques, since gravity-coupled mask only did not provide adequate oxygenation. There were no significant differences between groups Tf70 and Grav (65.87 and 62.67) in all studied moments, suggesting that the latter simulates a 70% CIO2 at 60 s. Mean Aw group CEO2 increased to 47.20 at 60s showing that this technique may be associated to unacceptable risk of hypoxemia. CONCLUSIONS: All situations of face mask coupling gradually increased CEO2, although with decreased oxygenation efficacy due to situations of face mask malposition. This study has shown the need for attention during oxygenation, using well coupled face mask and eliminating normal practices of moved away or gravity-coupled masks.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Las diferentes técnicas de oxigenación existentes tienen por objetivo producir desnitrogenización previa al período de apnea durante la inducción. La principal razón en que la concentración inspirada de oxígeno (CIO2) no alcanza 100% y la falta de acoplamiento adecuado de la máscara facial, permitiendo la entrada de aire ambiente. Aunque los anestesiólogos conozcan este principio, ni todos lo aplican correctamente, facilitando la entrada de aire en el flujo de gases frescos (FGF) y, consecuentemente, diluyendo la CIO2. Este estudio buscó evaluar comparativamente, a través de la variación de la CEO2, (concentración expirada de O2), la eficacia de la técnica de oxigenación con máscara facial, en las condiciones habitualmente empleadas por los anestesiólogos, simulando situaciones de vaciamientos progresivos. MÉTODO: Fueron estudiadas las CEO2 de 15 voluntarios, estado físico ASA I, sometidos a la técnica de oxigenación con ocho respiraciones profundas (capacidad vital) en 60s con flujo de gas fresco de 10 L.min-1. La máscara facial fue bien acoplada con CIO2 del 100% (Ac100), variando del 50% a 90% (Ac50; Ac60; Ac70; Ac80; Ac90) y máscara acoplada por la gravedad y CIO2 100% (Grav); máscara a 1 cm de la faz y CIO2 a 100% (Afast). La CEO2 fue registrada en intervalos de 10s hasta 60s. En los tests estadísticos p < 0,05 fue considerado significativo. RESULTADOS: La CEO2 aumentó en todos los grupos, sin embargo, solamente el grupo Ac100 alcanzó valores próximos del ideal (82,20 - 87), (p < 0,001). Comparándose las CEO2 alcanzadas al final de 60s, se observó diferencia estadística significativa entre las técnicas Ac100 y Grav (82,20 y 65,87), mostrando que la utilización de la máscara acoplada apenas por la gravedad no produjo oxigenación adecuada. No hubo diferencia significativa entre los grupos Grav y Ac70 (65,87 y 62,67) en todos los momentos estudiados, sugiriendo que la técnica del acoplamiento por la gravedad simula a los 60s, una CIO2 del 70%. La CEO2 media del grupo Afast alcanzó valor de 47,20, valor que muestra que esa técnica puede ser asociada a un riesgo inaceptable de hipoxemia. CONCLUSIONES: Hubo un aumento progresivo de la CEO2 en todos los grupos estudiados, aunque con reducción de la eficacia de la técnica de oxigenación debida a las varias situaciones de acoplamiento no adecuado. Este estudio mostró, así, la importancia de la atención al momento de la oxigenación, utilizándose la máscara bien acoplada, eliminándose las conductas habituales de máscara apartada o acoplada por la gravedad.