Resumo O hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) é um decapeptídeo, sintetizado pelos neurônios GnRH no hipotálamo, que estimula a síntese e secreção de gonadotrofinas (hormônio folículo-estimulante, FSH e hormônio luteinizante, LH) da hipófise anterior ou adeno-hipófise. Agonistas de GnRH com estrutura idêntica ou semelhante à natureza estão disponíveis comercialmente desde a década de 1970 e foram inicialmente utilizados para o tratamento de cistos foliculares e melhoria da fertilidade em bovinos (1). A ovulação de folículos ovarianos após a administração de GnRH foi relatada pela primeira vez por Schams et al. (2) e Britt et al. (3), mas foi somente na década de 1990 que o GnRH começou a ser usado para controlar a dinâmica folicular durante o ciclo estral bovino. Sabemos agora que uma nova onda folicular surge dentro de 2 dias após a ovulação do folículo dominante presente no momento do tratamento com GnRH. (4,5) Essa descoberta facilitou o desenvolvimento de protocolos de sincronização baseados em GnRH em combinação com prostaglandinas (PGF) que permitem a inseminação artificial em tempo fixo (IATF), sem a necessidade de detecção de cio. Esses protocolos baseados em GnRH e PGF fazem parte do manejo reprodutivo de bovinos, especialmente bovinos leiteiros, em muitos rebanhos comerciais ao redor do mundo. Existem inúmeros protocolos baseados em GnRH e PGF disponíveis para sincronização de estro e ovulação em bovinos, vários desses protocolos foram explicados e discutidos em detalhes em outros artigos (6,7). O objetivo desta revisão é descrever os fatores associados à liberação de LH e resposta ovulatória após a administração de GnRH, apresentar informações relevantes sobre o efeito dos hormônios esteroides na resposta ao GnRH e, por fim, postular brevemente estratégias que possam melhorar a eficácia de protocolos baseados na aplicação de GnRH e PGF.
Resumen La hormona liberadora de gonadotropina (GnRH) es un decapéptido, sintetizado por las neuronas GnRH en el hipotálamo, que estimula la síntesis y secreción de gonadotrofinas (hormonas folículo estimulante, FSH y luteinizante, LH) de la hipófisis anterior o adenohipofisis. Agonistas de GnRH con una estructura idéntica o similar a la natural han estado disponible comercialmente desde la década del 70 y han sido utilizadas en un principio para el tratamiento de quistes foliculares y el mejoramiento de la fertilidad en el ganado vacuno (1). La ovulación de folículos ováricos después de la administración de GnRH fue reportada por primera vez por Schams et al. (2) y Britt et al. (3), pero no fue hasta la década del 90 cuando la GnRH se comenzó a utilizar para controlar la dinámica folicular durante el ciclo estral del bovino. Ahora sabemos que una nueva onda folicular emerge dentro de los 2 días después de la ovulación del folículo dominante presente en el momento del tratamiento con GnRH (4,5). Este hallazgo facilitó el desarrollo de protocolos de sincronización a base de GnRH en combinación con prostaglandinas (PGF) que permiten la inseminación artificial a tiempo fijo (IATF), sin necesidad de realizar detección de celo. Estos protocolos a base de GnRH y PGF son parte del manejo reproductivo bovino, sobre todo del ganado lechero, en muchos rodeos comerciales del mundo. Existen numerosos protocolos a base de GnRH y PGF disponibles para la sincronización del estro y la ovulación en el ganado, varios de esos protocolos se han explicado y discutido en detalle en otros artículos (6,7). El objetivo de esta revisión es describir los factores asociados a la liberación de LH y respuesta ovulatoria posterior a la administración de GnRH, dar a conocer información relevante sobre el efecto de las hormonas esteroideas en la respuesta a la GnRH y, por último, brevemente postular estrategias que podrían mejorar la eficacia de los protocolos basados en la aplicación de GnRH y PGF.
Abstract The gonadotropin-releasing hormone (GnRH) is a decapeptide, synthesized by the GnRH neurons in the hypothalamus, which stimulates the synthesis and secretion of gonadotrophins (follicle-stimulating hormone, FSH and luteinizing hormone, LH) from the anterior pituitary or adenohypophysis. GnRH agonists with a structure identical or similar to nature have been commercially available since the 1970’s and were initially used for the treatment of follicular cysts and the improvement of fertility in cattle (1). The ovulation of ovarian follicles after GnRH administration was first reported by Schams et al. (2) and Britt et al. (3), but it was not until the 1990’s that GnRH began to be used to control follicular dynamics during the bovine estrous cycle. Studies have shown that a new follicular wave emerges within 2 days after ovulation of the dominant follicle present at the time of GnRH treatment (4,5). This finding facilitated the development of synchronization protocols based on GnRH in combination with prostaglandins (PGF) that allow fixed-time artificial insemination (FTAI), without the need for heat detection. These GnRH-based protocols are part of the reproductive management, especially in dairy cattle, in many commercial herds around the world. There are several GnRH and PGF-based protocols available for estrus and ovulation synchronization in cattle, most of these protocols have been explained and discussed in detail in other publications (6,7). The objective of this review is to describe the factors associated with the release of LH and ovulatory response after the administration of GnRH, to present relevant information on the effect of steroid hormones on the response to GnRH and, finally, to briefly postulate strategies that could improve the efficacy of GnRH and PGF-based protocols.