ABSTRACT Introduction: Diabetes mellitus is a public health issue affecting an increasing number of workers, representing a disease exacerbated by work with a high social, economic, and personal cost. The nature of the work performed, coupled with occupational risks in a hospital setting, significantly contribute to the disease's progression. This study aims to address the impact of this disease on work and the role of Occupational Health in the prevention of exposure to occupational risk factors in the hospital environment, which can contribute to the metabolic imbalance of type I diabetes mellitus. Methodology: The methodology included search in PubMed, Science Direct, and Google Scholar databases, using keywords such as "diabetes mellitus, occupational medicine, risk factors and occupational health”. Filters were applied, considering publications from 2010 to 2024, totaling 463 works. Exclusion criteria focused on non-diabetes-related diseases, exclusive focus on Type II, and non-occupational approaches. Articles on diabetes and occupational health and safety published in Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional were also considered, in a total of five studies. Sources also included Direção Geral de Saúde Clinical Guidance, a national epidemiological study, and a technical manual on workplace diabetes, totaling 30 references in the discussion. Results: The authors report two cases of healthcare professionals from a hospital unit, both diagnosed with Type I Diabetes at the age of five. Case 1: A 35-year-old healthcare assistant with a history of depressive syndrome and recent diabetic retinopathy diagnosis. Case 2: A 57-year-old nurse with diabetic retinopathy, nephropathy, neuropathy, undergoing treatment for osteomyelitis of the right big toe, without cardiovascular changes. In both they work or have worked in shifts, including night shifts, engaging in physically demanding tasks. Discussion/Conclusion: Diabetes is a chronic disease requiring continuous medical care and patient education, alongside support in preventing acute complications and reducing the risk of chronic complications. The incidence of new Type I Dm cases is higher between 12-14 years. During the transition to adulthood and entry into the job market, patients face disease stigma, treatment management challenges, and psychosocial workplace-related issues. Implementing preventive measures and monitoring these workers should help reduce work absenteeism, productivity loss, and income loss for the worker.
RESUMO Introdução: A Diabetes mellitus é um problema de Saúde Pública que afeta um número crescente de trabalhadores. Pode ser considerada uma doença agravada pelo trabalho com um elevado custo social, económico e pessoal. O tipo de trabalho realizado e as exposições a riscos laborais em contexto hospitalar, podem contribuir para a sua progressão, segundo alguns autores. Este trabalho pretende abordar o impacto desta patologia no trabalho e o papel da Saúde Ocupacional na evicção da exposição a fatores de risco laborais, em ambiente hospitalar, que contribuem para o descontrolo metabólico da Diabetes Melitus tipo I. Pretende-se identificar as exposições laborais que podem constituir fatores de risco modificáveis, interferem com a aptidão para o trabalho, podem aumentar a frequência de acidentes laborais e acelerar a progressão crónica da doença. Metodologia: Na metodologia de pesquisa e seleção de estudos utilizou as bases de dados PubMed, Science Direct e Google Scholar, com as palavras-chave “diabetes mellitus, occupational medicine, risk factors, occupational health”. Aplicaram-se filtros de revisão e revisão sistemática, considerando publicações de 2010 a 2024, totalizando 463 trabalhos. Critérios de exclusão incidiram em doenças não relacionadas à diabetes, exclusividade na tipo II e abordagens não ocupacionais. Foram ainda considerados os artigos sobre diabetes e saúde e segurança no trabalho publicados na Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional, num total de cinco estudos. Incluíram-se a Norma de Orientação Clínica da DGS, um estudo epidemiológico nacional e um caderno técnico sobre diabetes no local de trabalho, totalizando 30 fontes na discussão. Descrição dos casos: Os autores reportam dois casos de profissionais de saúde de uma unidade hospitalar, ambos com diagnóstico de Diabetes tipo I aos cinco anos de idade. Caso 1: Uma auxiliar de ação médica de 35 anos, com antecedentes pessoais de síndrome depressivo e diagnóstico recente de retinopatia diabética. Caso 2: Uma enfermeira de 57 anos com retinopatia e nefropatia diabética, neuropatia, em tratamento para uma osteomielite do 1º dedo do pé direito, sem alterações cardiovasculares. Ambas trabalham ou trabalharam por turnos, com trabalho noturno e com tarefas fisicamente exigentes. Discussão/Conclusão: A diabetes é uma doença crónica que requer cuidados médicos contínuos e educação do doente, juntamente com apoio na prevenção de complicações agudas e redução do risco de complicações crónicas. A incidência de novos casos de Dm tipo I é maior entre os 12-14 anos. Na transição para a idade adulta e entrada no mercado laboral, os doentes podem ser sujeitos ao estigma da doença, ter dificuldade na gestão do tratamento e/ou desafios psicossociais relacionados com o trabalho. A instituição de medidas preventivas e monitorização destes trabalhadores deverá ajudar a reduzir o absentismo laboral, a perda de produtividade e a perda de rendimento para o trabalhador.