Resumo A indumentária, como artefato de design usado por mulheres indígenas durante os anos 90, possui inscrições políticas que transformam o corpo social dessas mulheres em um corpo político, que denuncia opressão e exige direitos. Nesse sentido, o vestuário é analisado aqui, por um lado, como uma interface que comunica a luta pela reivindicação dos direitos do grupo étnico; por outro lado, como uma prótese que expande as capacidades do corpo para ocupar o espaço público, durante as revoltas indígenas ocorridas no Equador na década de 1990. Essa era foi decisiva em relação à representação indígena na política equatoriana, processo semelhante ao ocorrido em outros países da América Latina. As revoltas e a consolidação do movimento social indígena registram a importância desse grupo na história da construção do Estado-Nação. As ações tomadas por essa minoria étnica baseiamse no reconhecimento constitucional de seus direitos na Carta Magna de 1998. Nesse cenário, as mulheres indígenas registram sua presença através das roupas que elas usam tanto na esfera pública quanto na privada. A roupa identifica o grupo onde as mulheres pertencem; da mesma forma, confere a elas uma identidade coletiva que é fortalecida no uso diário da indumentária. A identidade é ressignificada em concomitância com as roupas. O corpo vestido das mulheres chibuleo, que inicialmente destaca seu trabalho rural na comunidade, é transformado em um corpo político, cujas roupas tornam as mulheres visíveis no espaço público urbano e, com ele, a existência do grupo étnico no âmbito da luta e da demanda pelos direitos dos povos e nacionalidades indígenas no Equador. A indumentária constitui o artefato desenhado com uma intenção política, que representa a identidade ressignificada da população em particular e das minorias étnicas em geral.
Abstract Clothing, as a design artifact worn by indigenous women during the 1990s, has political inscriptions that transform the social body of these women into a political body, which denounces oppression and demands rights. In this sense, clothing is analyzed, on the one hand, as an interface that communicates the fight for the claim of ethnic rights. And, on the other hand, as a prosthesis that expands the capacities of the body to occupy public space, during the indigenous uprisings that occurred in Ecuador in the 1990s. That era was decisive regarding indigenous representation in Ecuadorian politics; a process that was similar to that occurring in other Latin American countries. The uprisings and the consolidation of the indigenous social movement record the importance of this group in the history of the construction of the Nation-State. The actions taken by this ethnic minority are based on the constitutional recognition of their rights in the 1998 Magna Carta. In this scenario, indigenous women register their presence through clothing, which they wear in both, public and private spheres. Clothing identifies the town where the women belong; it also endows these people with a collective identity that is strengthened in the daily use of the design artifact. Identity is re-signified in concomitance with clothing. The Chibuleo women's clothed body, which at first highlights their rural work in the community, is transformed into a political body, whose clothing makes women visible in the urban public space, and with this, the existence of this same people in the framework of the fight and demand for rights of indigenous peoples and nationalities in Ecuador. Clothing constitutes the design artifact with a political imprint, which represents the resignified identity of the people in particular and of ethnic minorities in general.
Resumen La indumentaria, como artefacto de diseño portado por las mujeres indígenas durante la década de 1990, tiene inscripciones políticas que transforman el cuerpo social de estas mujeres en un cuerpo político, que denuncia opresiones y demanda derechos. En este sentido, se analiza la vestimenta, por una parte, en tanto interfaz que comunica la lucha por la reivindicación de los derechos de la etnia. Por la otra, como prótesis que amplía las capacidades del cuerpo para ocupar el espacio público, durante los levantamientos indígenas acontecidos en Ecuador en la década de 1990. Esa época fue decisiva respecto de la representatividad indígena en la política ecuatoriana; proceso similar al que se producía en otros países de Latinoamérica. Los levantamientos y la consolidación del movimiento social indígena, registran la importancia de este grupo en la historia de la construcción del Estado-Nación. Las acciones tomadas por esta minoría étnica, decantan en el reconocimiento constitucional de sus derechos en la Carta Magna de 1998. En este escenario, las mujeres indígenas inscriben su presencia a través de la indumentaria, que portan tanto en la esfera pública como privada. La vestimenta identifica el pueblo de pertenencia de las mujeres; asimismo dota a estas personas de una identidad colectiva que se fortalece en el uso cotidiano del artefacto de diseño. La identidad se resignifica en concomitancia con la indumentaria. El cuerpo vestido de las mujeres chibuleo, que en un primer momento pone en evidencia su trabajo rural en la comunidad, se transforma en un cuerpo político, cuya vestimenta visibiliza a las mujeres en el espacio público urbano, y con ello, la existencia del pueblo mismo en el marco de la lucha y demanda de derechos de los pueblos y nacionalidades indígenas en Ecuador. La indumentaria se constituye en el artefacto de diseño con impronta política, que representa la identidad resignificada del pueblo en particular y de las minorías étnicas en general.