Resumen El artículo reflexiona, en un primer momento, acerca de las trayectorias de enfoque de la pobreza urbana y sus repercusiones en la organización socioespacial dentro de la sociología estadounidense, europea y latinoamericana. A partir de esta hipótesis existe una pluralidad de planteamientos paralelos en la construcción de las tres narrativas teóricas. Estas tienen consenso acerca de la creciente polarización socioespacial que está vinculada al aumento de las desigualdades socioeconómicas, la reestructuración del sistema productivo, la retracción o reconfiguración del estado de bienestar social acompañada del endurecimiento de criterios de elegibilidad que condicionan el acceso a programas de transferencia de renta, y la estigmatización de determinados grupos minoritarios o étnico-raciales en el mercado laboral y habitacional. En un segundo momento, el debate se enfoca en la cuestión de cómo el proceso de segregación residencial se convierte en un mecanismo retroalimentador de la pobreza por medio de su impacto en el bienestar y el desempeño socioeconómico del individuo, desde la hipótesis del efecto-territorio. La yuxtaposición de desventajas en el territorio, entendida como una dimensión intermedia entre agencia y estructura, debe tener en cuenta la estratificación espacial de las inequidades socioeconómicas para la elaboración de políticas urbanas, en las que se destacan tres orientaciones: los people-based policies que proveen una asistencia temporal a determinados grupos marginales que viven en barrios desfavorecidos por medio de programas de desegregación y movilidad residencial, de la fiscalización rigurosa de leyes antidiscriminatorias en el mercado inmobiliario y la concesión de créditos inmobiliarios que benefician a las personas de bajos recursos. Los place-based policies definen el barrio como unidad de intervención al invertir en infraestructura y mobiliario urbano y en la creación de puestos de trabajo en atención a las demandas de la población local, con el fin de ampliar las estructuras de oportunidades y aumentar la atracción de los grupos de clase media. Adicionalmente, al exigir la construcción de inmuebles accesibles a la población de bajos recursos en regiones suburbanas, promueven la heterogeneidad social y étnico-racial en la composición poblacional del barrio. El indirect approach aboga por una intervención regulatoria más grande del Estado en el mercado laboral y habitacional adecuada a las transformaciones del régimen socioproductivo posfordista.
Abstract The article carries out an initial reflection on the approaches to urban poverty and its repercussions on socio-spatial organization in America, European, and Latin American sociology. Numerous parallel proposals stemming from this hypothesis contribute to the construction of the three theoretical narratives, which agree on the following points: the growing socio-spatial polarization linked to the increase of socioeconomic inequalities: the restructuring of the productive system; the retraction or reconfiguration of the social welfare state, accompanied by harsher eligibility criteria that condition access to income transfer programs: and the stigmatization of certain minority or ethnic-racial groups in the job and housing markets. Secondly, the discussion focuses on the question of how the residential segregation process becomes a mechanism that reinforces poverty due to its impact on individuals' wellbeing and socioeconomic performance, on the basis of the territory-effect hypothesis. The juxtaposition of disadvantages in the territory, understood as an intermediate dimension between agency and structure, should take into account the spatial stratification of socioeconomic inequalities for the design of urban policies, among which three orientations stand out. People-based policies provide temporary assistance to certain marginal groups living in poor neighborhoods, through desegregation and residential mobility programs, strict monitoring of antidiscrimination laws in the real estate market, and housing loans that benefit low-income persons. Place-based policies define the neighborhood as intervention unit by investing in infrastructure and street furniture and in the creation of jobs in response to the local population's demands, in order to broaden opportunity structures and further attract middle class groups. Additionally, by requiring the construction of housing that is accessible to the low-income population in suburban areas, they promote social and ethnic-racial heterogeneity in the neighborhood's population composition. The indirect approach calls for stronger regulatory State intervention in the job and housing markets, adapted to the transformations of the socio-productive regime of Post-Fordism.
Resumo Este artigo se propõe a refletir, em primeiro lugar, sobre as trajetórias de abordagem da pobreza urbana e as suas repercussões na organização socioespacial dentro da sociologia estadunidense, europeia e latino-americana. Parte-se da hipótese que exista uma pluralidade de paralelas na construção das três narrativas teóricas, com consenso que a crescente polarização socioespacial se atrela ao acirramento das desigualdades socioeco-nômicas, à reestruturação do sistema produtivo, à retração ou reconfiguração do Estado de Bem-estar social acompanhada pelo endurecimento dos critérios de elegibilidade que condicionam o acesso aos programas de transferência de renda, à estigmatização de determinados grupos minoritários sociais ou étnico-raciais no mercado laboral e habitacional. Em segundo lugar, o debate gravita em torno da questão de como o processo de segregação residencial se converte em um mecanismo retroalimentador da pobreza através do seu impacto no bem-estar e no desempenho socioeconómico do indivíduo, partindo da hipótese do efeito-território. A superposição de desvantagens na vizinhança, entendida como dimensão intermediária entre agência e estrutura, urge levar em consideração a estratificação espacial das inequidades socioeconómicas dentro da elaboração de políticas urbanas, com destaque para três propostas: os people-based policies providenciam uma assistência temporária a determinados grupos residuais que habitam bairros desfavorecidos através dos programas de dessegregação e de mobilidade residencial, da fiscalização rigorosa das leis antidiscriminatórias no mercado imobiliário e da concessão de créditos imobiliários que beneficiam as pessoas de baixa renda. Os place-based policies focalizam o bairro como unidade de intervenção, ora ao investir em infraestrutura e equipamento urbano e na criação de postos de emprego em atendimento às demandas da população local, a fim de ampliar as estruturas de oportunidades e aumentar a atratividade para os grupos da classe média, ora ao exigir a construção de imóveis acessíveis para as camadas baixas nas regiões suburbanas, promovendo uma maior heterogeneidade social e étnico--racial na composição populacional do bairro. O indirect approach pleiteia por uma maior intervenção regulatória do Estado no mercado laboral e habitacional em adequação às transformações do regime socioprodutivo pós-fordista. Descritores: desigualdade social, pobreza, política pública, sociologia urbana.