O objectivo é conhecer as dificuldades e práticas vivenciadas pelas portadoras da depressão pós-parto, enquanto distúrbio do humor, no vínculo mãe-filho e suas repercussões nos significados estabelecidos à experiência de ser mãe. Foram entrevistadas 41 pacientes, com média de idade variando entre 20 a 49 anos, do total de 106 atendidas na Unidade de Atenção Básica Auta Alves Ferreira, na cidade de Aparecida, localizada no interior da Paraíba. Foram escolhidas uma amostra de 21 mulheres, por apresentarem um perfil de inclusão, propício ao mapeamento da depressão pós-parto. As pacientes elegíveis deviam ser encaminhadas pelas 02 (duas) equipes de PSF (uma da zona urbana e outra da zona rural), com hipótese diagnóstica de transtorno psíquico do puerpério; estarem no acompanhamento psicológico e assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Um diário de campo subsidiou os registros das informações. O inventário de Beck para depressão complementou a inclusão e o acompanhamento das pacientes. Os dados foram analisados estatisticamente. Confirmamos os achados das mais recentes pesquisas que o abandono infantil no período pós-parto ocorre em situações onde se somam múltiplos e graves fatores, tais como a miséria (86,7%), pouca escolaridade (67%), falta de rede de apoio (36,5%), relações familiares da mãe comprometidas (12%) e ausência de envolvimento do pai (91,5%). O sentimento de dor e sofrimento psíquicos, oriundos da depressão pós-parto, é o mais enfocado pelas mulheres (87%) porque é ele que desencadeia o maior número de desconfortos, dada a sua difícil dominação.
The aim is to understand the difficulties and experienced of individuals suffering from postpartum depression, related to mood disturbances, the mother-child bond and its repercussions in the meanings established for the experience of being a mother. Forty-one patients were interviewed, with ages ranging from 20 to 49 years, from a total of 106 attended at the Auta Alves Ferreira Primary Care Unit, in the city of Aparecida, in the interior of the state of Paraíba, Brazil. A sample of 21 women was selected, presenting an inclusion profile, propitious to mapping postpartum depression. The eligible patients were referred by two PSF (Health Family) teams (one each from the urban and rural zones), aimed at diagnosing the psychic disturbance of the perperium. They were accompanied by a psychologist and all signed an informed consent form. A field diary supported the information recorded. Beck's Depression Inventory complemented the inclusion and follow-up of the patients. The data were analyzed statistically. We confirmed the findings of the most recent studies that infant abandonment in the postpartum period occurs in situations where multiple and serious factors add up, such as misery (86.7%), little schooling (67%), lack of a support network (36.5%), estrangement of the mother's family relations (12%) and lack of paternal involvement (91.5%). The feeling of psyching pain and suffering, resulting from postpartum depression, is the most emphasized by women (87%) because it triggers the greatest discomfort, due to the difficulty in overcoming it.