Resumen Los procesos de recuperación de memorias mapuche están atravesados por exigencias hegemónicas de pureza, que provocan disputas en torno a cómo nombrar e interpelar a quienes tienen ancestros de ese pueblo, pero no se identifican públicamente como parte de él. Analizar mi reflexividad en un trabajo etnográfico desarrollado en Viedma (Río Negro, Argentina) me llevó a reconocer que los criterios de pureza se fundaban en supuestos y teleologías desde los que me acercaba a las experiencias y los posicionamientos que elaboran esos sujetos alrededor de su pertenencia. Estas personas, planteo, no son pasivas ni sostienen una oposición unívoca a la hegemonía. Antes bien, en prácticas cotidianas de socialización, producen desplazamientos de los discursos hegemónicos y actúan en ocasiones coyunturales, a partir de las cuales se reposicionan en el contexto de los vínculos con sus ancestros. Estos procesos son abiertos y sobredeterminados, y no necesariamente se expresan en categorías de identidad/diferencia.
Abstract The recovery of Mapuche memories is affected by hegemonic requirements of purity, which inscribe disputes around how to name and address those subjects who have ancestors belonging to that people, but do not publicly ascribe themselves as part of it. Analyzing my reflexivity in an ethnographic work carried out in Viedma (Río Negro, Argentina), led me to recognize that the criteria of purity were inscribed in assumptions and teleologies from which I approached the experiences and positionings that these subjects elaborate around their belonging. These people, I argue, are not passive, nor do they maintain an unequivocal opposition to hegemony. Rather, in everyday socialization practices, they produce displacements of hegemonic discourses and act on conjunctural occasions, from which they reposition themselves in the ties with their ancestors. These processes are open and overdetermined, and are not necessarily expressed in categories of identity/difference.
Resumo Os processos de recuperação de memórias Mapuche são atravessados por exigências hegemônicas de pureza, que provocam disputas em torno de como nomear e dirigir-se àqueles que têm antepassados desse povo, mas não se identificam publicamente como parte dele. Analisar minha reflexividade em um trabalho etnográfico realizado em Viedma (Río Negro, Argentina) me levou a reconhecer que os critérios de pureza estavam fundados em pressupostos e teleologias desde os quais eu abordava as experiências e posicionamentos que esses sujeitos elaboram ao redor de seu pertencimento. Essas pessoas, argumento, não são passivas, nem mantêm uma oposição unívoca à hegemonia. Pelo contrário, em práticas cotidianas de socialização, produzem deslocamentos dos discursos hegemônicos e atuam em ocasiões conjunturais, a partir das quais se reposicionam no contexto dos laços com seus antepassados. Estes processos são abertos e sobredeterminados, e não se expressam necessariamente em categorias de identidade/diferença.