Resumen El estudio de las máquinas es un campo que puede rastrearse hasta el Renacimiento. Sin embargo, en la Modernidad adquiere cierto perfil teórico. Se produce una transformación desde los tratados sobre la instalación y uso que conciben a las máquinas como una síntesis entre las estructuras materiales y el trabajo humano, hacia estudios analíticos que las consideran como entidades modulares, como ensamblaje de piezas y mecanismos susceptibles de ser analizados matemáticamente. A su vez, los primeros se caracterizan por un enfoque antropométrico que no ven mayores inconvenientes en usar el lenguaje coloquial e ilustraciones para transmitir el conocimiento acerca de las máquinas; los segundos, en cambio, plantean problemas cognitivos y proponen lenguajes simbólicos específicos para representar el diseño y funcionamiento de las máquinas. Comenzaremos por el siglo XVIII, al ilustrar algunos conceptos provenientes de L'Encyclopédie y de Adam Smith. Posteriormente, nos enfocaremos en los matemáticos del siglo XIX que promovieron las transformaciones mencionadas. En primer lugar, Charles Babbage y su notación mecánica; luego Robert Willis y Franz Reuleaux y sus "mecanismos puros"; y de nuevo Babbage para analizar la complementariedad de la economía política a sus estudios matemáticos sobre las máquinas. Finalmente, mostraremos algunos debates actuales sobre el vínculo entre máquinas, realidad, matemática y lenguaje que, explícita o implícitamente, retoman aquellos problemas y pueden encontrar en el pensamiento de los matemáticos del siglo XIX un antecedente.
Abstract The study of machines is a field whose origin can be traced back to the Renaissance. However, it is in Modernity when it attains a certain theoretical outline. There was a transformation from the treatises on installation and use - which conceive of machines as a synthesis between material structures and human work - towards analytical studies that consider them as modular entities, as the assembly of parts and mechanisms that can be analyzed mathematically. In turn, the former are characterized by an anthropometric approach that sees no major inconvenience in using colloquial language and illustrations to transmit knowledge about machines; the latter, on the other hand, pose cognitive problems and propose specific symbolic languages for representing the design and operation of machines. We will start in the 18th century, illustrating some concepts from L'Encyclopédie and Adam Smith. Later, we will focus on the 19th century mathematicians who promoted the aforementioned transformations. First, Charles Babbage and his mechanical notation. Later Robert Willis and Franz Reuleaux and their "pure mechanisms"; We will then return to Babbage to discuss the complementarity of political economy to his mathematical studies of machines. Finally, we will show some current debates on the link between machines, reality, mathematics and language that, explicitly or implicitly, take up those problems and can find an antecedent in the thought of 19th century mathematicians.
Resumo O estudo das máquinas é um campo que pode ser rastreado até o Renascimento. No entanto, na modernidade adquire certo perfil teórico. Ocorre uma transformação a partir dos tratados de instalação e uso, que concebem as máquinas como síntese entre estruturas materiais e trabalho humano, em direção aos estudos analíticos que as consideram entidades modulares, como a montagem de peças e mecanismos que podem ser analisados matematicamente. Por sua vez, os primeiros são caracterizados por uma abordagem antropométrica que não vê grandes inconvenientes no uso de linguagem coloquial e ilustrações para transmitir conhecimento sobre máquinas; os últimos, por outro lado, apresentam problemas cognitivos e propõem linguagens simbólicas específicas para representar o design e a operação de máquinas. Começaremos no século 18, ilustrando alguns conceitos de L'Encyclopédie e Adam Smith; mais tarde, focalizaremos nos matemáticos do século 19 que promoveram as transformações mencionadas. Primeiro, Charles Babbage e sua notação mecânica. Mais tarde, Robert Willis e Franz Reuleaux e seus "mecanismos puros"; voltaremos depois a Babbage para discutir a complementaridade da economia política com seus estudos matemáticos de máquinas. Finalmente, mostraremos alguns debates atuais sobre a ligação entre máquinas, realidade, matemática e linguagem que, explícita ou implicitamente, abordam esses problemas e podem encontrar um antecedente no pensamento dos matemáticos do século 19.