Este artigo se propôs a analisar comparativamente como dois movimentos neofascistas, que rivalizam pela legitimidade do legado integralista - a Frente Integralista Brasileira (FIB) e o Movimento Integralista e Linearista Brasileiro (MIL-B) - reconstituem a memória do integralismo histórico e do nazifascismo no ambiente digital. Como aporte teórico-metodológico, foram mobilizadas ferramentas de análise das áreas das ciências sociais, da filosofia estética e da política linguística para nos auxiliar na compreensão das expressões estéticas e político-discursivas dos grupos em plataformas digitais. Essa análise comparativa, tendo como recorte o problema da memória, revela compatibilidades e diferenças em relação às configurações ideológicas e às estratégias políticas dos movimentos neointegralistas. Sistematizamos a análise a partir de três temáticas: a) nostalgia do Chefe Integralista, b) simbologias e c) referências ao nazifascismo e ao antissemitismo. A evocação nostálgica da memória do líder integralista, Plínio Salgado, é fundamental para ambos os grupos, aproximando as mobilizações dos trabalhos de memória desses movimentos rivais. A disseminação de simbologias demarca uma das maiores diferenças entre os movimentos, isto é, a proposta conservadora da FIB versus a proposta original do MIL-B. A forma como os grupos reconstituem a memória do nazifascismo e do antissemitismo revela outra diferença crucial: enquanto a FIB recusa o nazifascismo e o antissemitismo pela via da reconstrução e do “esquecimento” da memória da corrente integralista antissemita liderada por Gustavo Barroso, o MIL-B admite o movimento como fascista e adere ao antissemitismo aproximando-se da corrente integralista antissemita barrosiana.
This article aims to comparatively analyze how two neo-fascist movements that compete for the legitimacy of the integralist legacy - the Brazilian Integralist Front [Frente Integralista Brasileira (FIB)] and the Brazilian Integralist and Linearist Movement [Movimento Integralista e Linearista Brasileiro (MIL-B)] - reconstitute the memory of historical integralism and Nazi-fascism in the digital environment. As a theoretical-methodological contribution, analysis tools from the areas of social sciences, aesthetic philosophy and linguistic politics were mobilized to help us understand the aesthetic and political-discursive expressions of the groups on digital platforms. This comparative analysis, focusing on the problem of memory, reveals compatibilities and differences in relation to the ideological configurations and political strategies of the neointegralist movements. We systematized the analysis based on three themes: a) nostalgia for the Integralist Chief, b) symbologies and c) references to Nazifascism and anti-Semitism. The nostalgic evocation of the memory of the Integralist leader, Plínio Salgado, is fundamental for both groups, bringing the mobilizations closer to the memory work of these rival movements. The dissemination of symbologies marks one of the biggest differences between the movements, that is, the conservative proposal of the FIB versus the original proposal of MIL-B. The way the groups reconstitute the memory of Nazifascism and antisemitism reveals another crucial difference: while the FIB rejects Nazifascism and antisemitism by reconstructing and “forgetting” the memory of the antisemitic integralist current led by Gustavo Barroso, the MIL-B admits the movement as fascist and adheres to antisemitism by approaching the Barrosian antisemitic integralist current.
Este artículo se propuso analizar comparativamente cómo dos movimientos neofascistas que rivalizan por la legitimidad del legado integralista -el Frente Integralista Brasileño (FIB) y el Movimiento Integralista y Linealista Brasileño (MIL-B)- reconstituyen la memoria del integralismo histórico y del nazifascismo en el medio digital. Como contribución teórico-metodológica, se movilizaron herramientas de análisis de las ciencias sociales, de la filosofía estética y de la política lingüística para ayudarnos a comprender las expresiones estéticas y político-discursivas de los grupos en las plataformas digitales. Este análisis comparativo, centrado en el problema de la memoria, revela compatibilidades y diferencias en relación con las configuraciones ideológicas y las estrategias políticas de los movimientos neointegralistas. Sistematizamos el análisis a partir de tres temas: a) nostalgia del Jefe Integralista, b) simbolismo y c) referencias al nazifascismo y al antisemitismo. La evocación nostálgica de la memoria del líder integralista, Plínio Salgado, es fundamental para ambos grupos, acercando las movilizaciones al trabajo de memoria de estos movimientos rivales. La difusión de simbologías marca una de las mayores diferencias entre los movimientos, es decir, la propuesta conservadora del FIB frente a la propuesta original del MIL-B. La forma en que los grupos reconstituyen la memoria del nazifascismo y del antisemitismo revela otra diferencia crucial: mientras el FIB rechaza el nazifascismo y el antisemitismo reconstruyendo y «olvidando» la memoria de la corriente integralista antisemita liderada por Gustavo Barroso, el MIL-B admite el movimiento como fascista y adhiere al antisemitismo aproximándose a la corriente integralista antisemita barrosiana.