Abstract This article proposes a critical approach to qualitative comparative methodologies in the study of social policies, based on the analysis of the case study presented by Mishra (1995) in his book ‘The Welfare State in Capitalist Society’. The aim is to answer the research question of this article: how, in qualitative research, do the choices of comparison units facilitate or limit the understanding of social policies? The methodology adopted involves theoretical, documentary, and case study analysis, examining common frames of reference in comparative approaches, such as causality, empirical variations, application limits, theorization, and comparison units. The study shows that the methodological path to understanding different realities is increasingly linked to the formation of comparative units and the definition of the nature of the cases, often classified as successful, unsuccessful, or hybrid experiences. These categories can result from a logical construct defined by the researcher. The conclusion is that one of the most relevant aspects of the research lies in the poor or non-existent grasp of the meanings and explanatory senses that each unit of analysis and comparative cases (political regimes) attribute to their choices in the face of the crises of capitalism. Ramesh Mishra's work reinforces our suspicion: in qualitative research, comparing cases can improve the understanding of social policies and limit their interpretation and explanation. Taking the conscious risk of comparing social policies as national agreements, with a high degree of territorial variation, is a practice that can ignore the specific logic and dynamics of each context. This review therefore emphasises the importance of a critical understanding of methodological choices and theoretical approaches in comparative qualitative studies. As well as recognizing that not everything is comparable and that replication can reinforce the coloniality of knowledge, it stresses the need to pay attention to the ‘hierarchy of credibility’ when analyzing comparative models.
Resumo Este artigo propõe uma abordagem crítica às metodologias comparativas qualitativas no estudo das políticas sociais, ancorando-se na análise do estudo de caso apresentado por Mishra (1995) no livro "O Estado-Providência na sociedade capitalista". O objetivo é responder à questão de investigação deste artigo: de que forma, nas pesquisas qualitativas, as escolhas das unidades de comparação facilitam ou limitam a compreensão das políticas sociais? A metodologia adotada envolve a análise teórica, documental e de estudo de caso, examinando quadros de referência comuns em abordagens comparativas, como a causalidade, variações empíricas, limites de aplicação, teorização e unidades de comparação. O estudo evidencia que a trajetória metodológica para compreender realidades distintas está cada vez mais vinculada à formação de unidades comparativas e à definição da natureza dos casos, frequentemente classificados como experiências de sucesso, fracasso ou híbridas, categorias que podem resultar de um constructo lógico definido pelo investigador. Conclui-se que um dos aspetos mais relevantes da investigação reside na fraca ou nula apreensão dos significados e sentidos explicativos que cada unidade de análise e/ou casos comparados (regimes políticos) atribui às suas escolhas face às crises do capitalismo. Assumir conscientemente o risco de comparar políticas sociais, com elevado grau de variação territorial, é uma prática que pode ignorar as lógicas e dinâmicas específicas de cada contexto. Por conseguinte, esta recensão destaca a importância de uma compreensão crítica das escolhas metodológicas e das abordagens teóricas em estudos qualitativos comparativos. Para além de reconhecer que nem tudo é comparável e que a replicação pode reforçar a colonialidade do conhecimento, sublinha-se a necessidade de atenção à "hierarquia da credibilidade" ao analisar modelos comparativos.